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Política

Hacker que vazou material para o 'Intercept' se torna atração na Papuda

O hacker, que já demonstrou a policiais federais que o interrogaram ter uma memória prodigiosa, afirma que leu todo o material antes de "vazar" para o site The Intercept Brasil

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
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Foto: Reprodução / Instagram
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Preso desde 3 de agosto sob a acusação de hackear o telefone celular de autoridades, entre elas o ex-juiz e hoje ministro da Justiça, Sérgio Moro, e procuradores da operação Lava Jato, Walter Delgatti Neto, conhecido como Vermelho, virou a maior atração da chamada Ala das Autoridades do Complexo Penitenciário da Papuda.

Segundo uma pessoa próxima, Delgatti vem sendo procurado por políticos e autoridades que estão presos na mesma ala para contar o que leu nas conversas interceptadas nos celulares dos principais atores da operação, cuja atuação colocou boa parte daquele público atrás das grades.

O hacker, que já demonstrou a policiais federais que o interrogaram ter uma memória prodigiosa, afirma que leu todo o material antes de "vazar" para o site The Intercept Brasil - algo que nem os jornalistas envolvidos na divulgação do material dizem ter conseguido fazer. Delgatti gosta de dizer que tem as conversas "frescas na cabeça" e que sabe muito mais do que já foi divulgado.

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Com essas credenciais, ele passou a ser o centro das atenções durante o banho de sol. O que no início assustou virou o maior passatempo e diversão do hacker: as rodas de conversa para falar sobre as mensagens das autoridades - algumas delas revelando segredos da República. As conversas no pátio duram horas e despertam atenção e curiosidade dos presos, entre eles o ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB-BA), que está na Papuda desde setembro de 2017, e se aproximou de Delgatti. Seus interlocutores naturalmente ignoram o fato de ele ser alvo de diversos processos por estelionato e se divertem com as histórias.

O hacker critica as reportagens publicadas pelo Intercept. Segundo ele, o site privilegia conversas que implicam Moro e estaria deixando de publicar informações comprometedoras sobre procuradores. A um interlocutor, disse que após ter lido as mensagens passou ter mais "pavor" da figura do procurador Deltan Dallagnol do que de Moro, chegando a "se arrepiar" toda vez que escuta o nome do coordenador da Lava Jato em Curitiba.

Estudos

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Além da rotina de conversas no pátio da prisão, Delgatti tem se dedicado diariamente aos estudos. Ele conseguiu se matricular no curso a distância de Direito Penal numa instituição de ensino particular de Brasília, e tem prova marcada para hoje. Antes de ser preso, Delgatti chegou a cursar a faculdade de Direito, e pretende reiniciar os estudos quando deixar a prisão - ainda não há data para isso. Sua meta é ser advogado trabalhista. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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