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Política

'Maldita' para Bolsonaro, CPMF está no discurso do seu guru econômico

Estadão Conteudo

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Em 27 anos como deputado federal, Jair Bolsonaro fez 25 menções à Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) em discursos no plenário da Câmara. O teor das falas do presidenciável do PSL, contrário ao tributo, destoa da ideia de seu principal conselheiro na área econômica, Paulo Guedes, de unificar os impostos federais em um tributo único que seria cobrado aos moldes da antiga CPMF - extinta em 2007. Após a polêmica, Guedes foi enquadrado pela campanha de Bolsonaro e teve de reduzir suas atividades eleitorais.

"Desgraça" e "maldita" foram alguns dos termos usados por ele ao se referir à cobrança, que entrou em vigor no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), em 1997. O jornal O Estado de S. Paulo levantou as menções ao tributo a partir de buscas nas transcrições de discursos do deputado disponíveis no site da Câmara. A busca não abrange eventuais menções ao tributo em comissões e teve como parâmetros os termos "CPMF" e "Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira".

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A primeira menção data de 23 de julho de 1996. "A unanimidade dos empresários, não interessa se médios, grandes ou micro, assumiu posição contrária à CPMF", disse Bolsonaro. "A votação desse imposto é um desgaste para qualquer um de nós."

Três anos depois, atacou investidores internacionais que teriam "recebido bem" a aprovação da CPMF no Brasil. "Com toda a certeza, a agiotagem passou a noite toda 'bebemorando' essa desgraça aprovada por esta Casa", disse Bolsonaro.

Nos governos Lula, Bolsonaro mencionou a CPMF para demonstrar o que, em sua avaliação, era uma incoerência dos petistas. "A prorrogação da CPMF, medida anteriormente combatida pelo PT, acabou sendo aprovada para atender aos interesses do FMI", disse, em 18 de dezembro de 2003.

Mirando petistas, Bolsonaro passou a usar a CPMF como estratégia discursiva contra o que apontava ser "mentiras" do governo Lula. "Mentiram a vida toda para chegar ao poder: vamos descongelar a tabela do Imposto de Renda, foi congelada; vamos acabar a CPMF, foi prorrogada; não vamos aumentar a carga tributária, foi aumentada", afirmou ele, em discurso em 2 de abril de 2004.

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Em 9 de fevereiro de 2011 (governo Dilma), quando se discutia a possibilidade de volta da CPMF para o ajuste das contas públicas, Bolsonaro anunciou que votaria contra "porque este governo arrecada muito hoje em dia". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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