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Política

'Estado' faz debate com presidenciáveis

Estadão Conteudo

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O atentado contra Jair Bolsonaro (PSL) deverá mudar as estratégias dos demais candidatos para o terceiro debate entre os presidenciáveis, que será promovido hoje pela TV Gazeta, Estado, rádio Jovem Pan e Twitter. Realizado na sede da emissora, na Avenida Paulista, em São Paulo, o encontro terá início às 18 horas.

Líder nas pesquisas e internado no Hospital Albert Einstein, na zona sul da capital, Bolsonaro não vai participar do debate. O ataque sofrido pelo candidato pode fazer com que o tom hostil que vinha norteando a campanha seja deixado de lado. Os rivais devem evitar ataques diretos ao presidenciável do PSL e ser cautelosos ao abordar o episódio do atentado.

Participarão do debate Marina Silva (Rede), Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin (PSDB), Alvaro Dias (Podemos), Henrique Meirelles (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL). Após ter confirmado presença, Cabo Daciolo (Patriota) anunciou que não comparecerá ao debate.

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Fernando Haddad (PT) não vai participar do evento porque, oficialmente, ele ainda é candidato a vice-presidente na chapa de Luiz Inácio Lula da Silva, cujo registro foi indeferido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na semana passada. O PT tem até terça-feira para trocar de candidato e, até o momento, Haddad é o nome mais provável para o lugar de Lula, condenado e preso na Lava Jato.

O encontro será mediado pela jornalista Maria Lydia Flandoli e terá cinco blocos. No primeiro, os candidatos terão de responder a perguntas de outros candidatos - todos deverão perguntar e todos deverão responder, em ordem definida previamente por sorteio. Além da pergunta, os candidatos terão direito a resposta, réplica e tréplica.

No segundo bloco, os candidatos vão responder a perguntas formuladas por jornalistas que, ao questionarem, indicarão outro candidato para comentar o mesmo tema da pergunta inicial. O terceiro bloco será igual ao primeiro, com alteração apenas na ordem de os candidatos fazerem perguntas.

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O quarto bloco ficará reservado para as perguntas enviadas para os candidatos pelo Twitter sobre saúde, segurança, educação, corrupção e economia. Um jornalista fará o questionamento ao presidenciável, que terá de escolher um adversário para comentar sua resposta, antes de fazer sua tréplica. Na quinta e última parte, os candidatos deverão fazer as considerações finais - cada um terá 45 segundos para deixar sua última mensagem ao eleitor.

Estratégias

No debate, os candidatos ao Palácio do Planalto deverão optar por falar em união e pacificação do País, com discursos de que a violência não combina com o debate político e com a democracia.

Os participantes já trabalhavam com uma eventual ausência de Bolsonaro no debate. Após o atentado em Juiz de Fora (MG), as referências ao deputado e, principalmente, as críticas mais pesadas, deverão ser evitadas pelos adversários.

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Devem se abrir duas oportunidades, segundo coordenadores e assessores de campanha ouvidos pelo Estado. A primeira é a de um debate mais focado em propostas. A outra é uma disputa entre Ciro Gomes e Marina pelo protagonismo no campo da centro-esquerda. Com discursos mais moderados, ambos têm tentado demonstrar as diferenças entre eles e o PT.

Ibope

A diretora executiva do Ibope, Márcia Cavallari, afimrou ao Estado que as intenções de voto de Bolsonaro estão consolidadas e que deverá ser muito difícil reverter esse cenário até o dia da eleição.

De acordo com dados da mais recente pesquisa Ibope, 77% das pessoas que declararam voto no candidato a presidente do PSL na pesquisa estimulada já tinham citado antes, de forma espontânea, o nome do capitão reformado. "É um fenômeno. É muito difícil reverter esse voto", disse a diretora executiva do Ibope. "Mas não sabemos o que vai acontecer com as pessoas depois desse fato (o ataque à faca sofrido pelo presidenciável do PSL em Juiz de Fora na quinta-feira passada)." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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