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Política

Candidatos pagam por críticas a adversários

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
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Militantes e candidatos a cargos eletivos estão pagando para impulsionar publicações negativas contra presidenciáveis nas redes sociais. Os presidenciáveis Geraldo Alckmin (PSDB) e Jair Bolsonaro (PSL) foram alvo, até o momento, do maior número de "propagandas negativas", segundo levantamento feito pelo Estadão Dados. Até o dia 24, segundo o TSE, já foram gastos R$ 2 milhões para impulsionamento de postagens na internet.

Para o professor de ciência política da FGV-SP Marco Antonio Teixeira, esse tipo de anúncio acaba "pregando para convertidos". "É um espaço em que há pouca abertura para debate, tudo vira briga, acusação. O efeito no eleitor tende a ser residual", diz. Para ele, apesar desse tipo de anúncio, o foco dos candidatos ainda está no boca a boca. "Se isolarmos somente as redes sociais, não conseguimos explicar muita coisa. As pessoas estão cada vez mais desconfiadas delas", disse.

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Em números absolutos, Bolsonaro é o que mais recebeu críticas impulsionadas por candidaturas de partidos de esquerda - foram 47 até o dia 10 de setembro. Após o atentado contra a vida do presidenciável, no entanto, os anúncios positivos e em solidariedade a ele se multiplicaram na rede, inclusive de políticos de oposição, e praticamente fizeram sumir os negativos.

Até a manhã de quinta-feira, antes do ataque ao candidato em Juiz de Fora (MG), eram 380 anúncios, no total, e agora foram 900, sendo que os comentários negativos representem somente 5,2% do total de menções pagas. A reportagem contou ao menos 100 postagens pagas com menção à palavra "atentado". O militar não bancou nenhum anúncio em sua própria página até o momento. Os dados foram coletados pelo Estadão Dados na plataforma de anúncios políticos do Facebook.

A maior parte das críticas pagas ao militar foi feita por políticos do PSOL antes do atentado, como a candidata a deputada federal e ex-vereadora de São Paulo Sâmia Bomfim. Ela direcionou pelo menos seis anúncios do tipo no Facebook, em que ataca a questão da desigualdade salarial entre homens e mulheres. "O agiota João Amoêdo e o troglodita Jair Bolsonaro já deram declarações favoráveis aos salários menores para mulheres, o que demonstra que ainda é preciso muito enfrentamento para conquistarmos igualdade e respeito", diz o texto de um dos anúncios.

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Em outro, ela apela para o ponto fraco do candidato, o voto feminino. "A derrota de Jair Bolsonaro virá da resistência das mulheres. Nesse vídeo, mostro alguns motivos que nos fazem detestar esse babaca."

Depois do ataque, os anúncios passaram a focar o combate à violência e intolerância como um todo. "Nosso chamado é pela mais ampla participação popular. Para que todos repudiem a violência individual e ao mesmo tempo estejam vigilantes na defesa dos direitos dos trabalhadores, dos jovens e do povo pobre", disse o candidato a governador do Rio Grande do Sul pelo PSOL, Roberto Robaina, em anúncio que trata do atentado contra Bolsonaro.

Outro crítico frequente é Ivan Valente, do PSOL, candidato à reeleição na Câmara. Valente direcionou ataques a Bolsonaro, chamando-o de racista.

Tucano

Em termos proporcionais, Alckmin foi o que recebeu mais críticas pagas - 9,6% dos anúncios com menções a seu nome são negativos. Foram 26, de um total de 270. Se excluídos os anúncios pagos pelo próprio candidato tucano (200), quase metade seriam contra ele.

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Um dos principais "algozes" de Alckmin em anúncios pagos nas redes sociais é o candidato a deputado federal pelo partido Novo Vinicius Marini. O político usou a ferramenta para atacar um eventual apoio do tucano ao imposto sindical.

"Os sindicalistas já estão manobrando com a esquerda e com o Geraldo Alckmin pra voltar o imposto sindical de forma disfarçada. Querem inventar uma tal 'contribuição voluntária', que seria aprovada em 'assembleia' e forçaria a todos contribuir", diz a propaganda, publicada seis vezes.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que embora não seja candidato por ter sido condenado em segunda instância, tem 28 anúncios negativos, ou 4,6% do total. A decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de negar a candidatura do petista com base na Lei da Ficha Limpa também foi motivo de multiplicação de menções positivas ao político, o que acabou diluindo as críticas.

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Candidatos ligados à direita são os principais críticos do petista - dois deles são ligados ao Movimento Brasil Livre (MBL): Kim Kataguiri e Artur do Val. Nas peças, Kataguiri afirma que recebeu mensagens de ameaça depois de impugnar a candidatura de Lula no TSE. Já Artur ironiza uma militante petista lembrando a ela que Lula está preso e inelegível.

Autopropaganda

Um ponto fora da curva é Henrique Meirelles (MDB), com a maior quantidade de anúncios com seu nome publicados - 1100 - mas praticamente todos foram financiados por ele mesmo. Dos sete feitos por outras pessoas, dois são negativos, ambos de políticos do PSOL. Um deles é do candidato a deputado federal Glauber Braga (RJ), que critica o fato de o emedebista ser a favor da reforma trabalhista. O segundo é do presidenciável Guilherme Boulos, que ironiza o jingle de Meirelles e diz que não vai "chamar" o Meirelles, mas sim taxá-lo. "Comigo rico vai pagar imposto", diz Boulos no anúncio. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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