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Política

Ex-diretor do Detran-ES deve voltar a depor na CPI dos Guinchos

motivo para a nova convocação é o número de contradições no depoimento de Carlos Lopes e também as encontradas na documentação enviada à Procuradoria da Assembleia Legislativa

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Deputados reunidos na CPI que investiga suposta Máfia dos Guinchos Foto: Divulgação/Assembleia
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Antes de ratificar o pedido de prisão do ex-diretor do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) Carlos Augusto Lopes, o presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), deputado Enivaldo dos Anjos (PSD), definiu nesta segunda-feira (28), que irá convocá-lo novamente a depor em reunião.

O motivo para a nova convocação é o número de contradições no depoimento de Carlos Lopes e também as encontradas na documentação enviada à Procuradoria da Assembleia Legislativa. O valor global da contratação de um estacionamento na Serra, segundo a CPI, era de R$ 10 milhões. Tudo sem licitação. 

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Também deverão ser convocados mais três servidores do Detran, que teriam utilizado as redes sociais para injuriar os deputados membros da CPI.

“Devemos ouvir estes servidores, que tentaram denegrir a CPI e defenderam o ex-diretor do Detran”, propôs o vice-presidente da CPI, deputado Marcelo Santos (PMDB).

Um novo pedido de prisão contra Carlos Lopes deverá ser votado na reunião da CPI dos Guinchos na próxima segunda-feira (5).

Os deputados da Comissão receberam cópias do parecer da Procuradoria ao pedido de prisão preventiva de Lopes.

Para a relatora da CPI, deputada Janete de Sá (PMN), o ex-diretor do Detran teria mentido para a comissão ao afirmar que fez a licitação do pátio na Serra e contratou a empresa que apresentou o menor preço.

“Na verdade, a licitação não existiu porque apenas uma das empresas foi habilitada, a licitação foi anulada e uma delas contratada através de credenciamento”, assegura a deputada.

Uma das contradições que deverá ser explicada é sobre o endereço do pátio de estacionamento. No local indicado estaria uma residência, onde mora uma pessoa há 28 anos. 

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Já o deputado Marcelo Santos acrescentou que está analisando a fundo o contrato com a empresa que gerencia o pátio. Ele adiantou que o contrato foi feito “às pressas” e com menos de dez dias foi assinado.

O valor do contrato apresentado, apesar de ter o menor preço por metro quadrado, entre os outros “pátios legais” contratados pelo Detran, não levou em conta a localização. “Não houve comparação de valorização imobiliária com outras áreas, de outros municípios da Grande Vitória, o que deixa dúvidas sobre a lisura da análise, já que existem outras áreas, em outros municípios, com preços por metro quadrado ainda menores do que contratado na Serra”, disse a relatora da CPI, Janete Sá.

A decisão foi tomada na sessão desta segunda-feira (28), no plenário Judith Leão. Os proprietários das empresas que operam o sistema de estacionamento rotativo em Vila Velha e Vitória, que também foram convocados para depor na CPI, não compareceram, mas enviaram representantes e se colocaram à disposição para depor em qualquer outra data determinada pela CPI. Eles alegaram compromissos agendados anteriormente.

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Outro ex-diretor do Detran/ES, Marcelo Ferraz, também foi arguido pela CPI na manhã de segunda-feira e, como a maioria dos ex-diretores que já depuseram na comissão, disse que se lembra de muito pouco sobre credenciamento e renovação de credenciamento de pátios. No entanto, ele admitiu que em todo o período que ficou no órgão, de 2006 a 2010, realizou apenas um leilão de veículos, “por falta de condições”.

Ferraz foi confrontado pelos deputados pela sua decisão de manter o credenciamento de pátios, em detrimento do processo licitatório. Ferraz disse que o credenciamento era um “instrumento legal” no seu período como gestor do Detran e, por isso, não mudou o sistema para licitação. A relatora Janete Sá, no entanto, disse que tanto ele quanto os demais deram “um jeitinho” para ignorar o processo mais adequado para a contratação dos pátios, que á licitação.

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“O Contran (Conselho Nacional de Trânsito) baixou uma resolução, em 2012, para deixar claro que a contratação dos pátios é a licitação, mas moralmente esse processo deveria ser feito desde o início”, afirma a deputada.

Ainda nesta segunda-feira, a CPI dos Guinchos ouviu o depoimento de outro ex-diretor do órgão de trânsito. Marcelo Ferraz Goggi comandou o órgão entre os anos de 2006 e 2010 e afirmou não ser o autor da implantação dos credenciamentos de pátios no Detran.

Embora não tenha implantado os credenciamentos no Detran, Ferraz afirmou que é tecnicamente viável. O presidente da CPI não concordou com a visão do ex-diretor e diz que o credenciamento é indevido. 

“É a melhor forma. No credenciamento, não há concorrência de preços”.  

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Perguntado se existiu alguma denúncia sobre a relação entre pátios, polícia, agentes de trânsito e empresas durante sua gestão, o ex-diretor afirmou que desconhece tal fato. O ex-diretor informou ainda que em sua gestão promoveu ações em relação à fabricação de placas de carros, revisou os preços e credenciamentos, interviu na área de pontuação, puniu infratores, e realizou concurso público, entre outras medidas saneadoras. 

Para comprovar sua informações, o ex-diretor disse que pedirá ao Detran certidão negativa de todos os seus atos durante os quatro anos de sua gestão. 

Para a deputada Janete de Sá houve negligência também na gestão de Goggi na inexistência de leilões de veículos depositados em pátios. Hoje no Estado existiriam, segundo a relatora da CPI, 50 mil veículos guardados. Pela legislação o Detran deveria realizar leilões a cada 90 dias. Ao se defender, Marcelo Ferraz apontou que o processo de preparação dos lotes de veículo é complexa e demorada, e prometeu enviar informações do que foi efetivamente realizado como preparação para leilão. Em sua gestão, foi feito apenas um leilão.

Outro lado

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O ex-diretor do Detran Carlos Augusto Lopes foi procurado para falar sobre a nova convocação, mas ele não atendeu às ligações da reportagem. No dia em que foi pedida a prisão preventiva, Lopes afirmou que estava perplexo com o pedido de prisão e acreditava que fazia parte do "jogo sujo" da política com objetivo de atingi-lo politicamente. 

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