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Política

Candidatos declararam R$ 304 mi em dinheiro

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
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Candidatos aos cargos em disputa nas eleições deste ano declararam à Justiça Eleitoral possuir R$ 304 milhões em dinheiro vivo - R$ 3 milhões mais do que no pleito de 2014 se considerado o valor nominal. Caso fosse corrigido pela inflação acumulada no período (IPCA), o montante declarado em agosto de 2014 pelos candidatos à época equivaleria hoje a R$ 384 milhões. O dinheiro este ano está distribuído no patrimônio de 2.390 candidatos - na eleição passada, pertencia a 1.995 postulantes.

Levantamento feito pelo jornal O Estado de S. Paulo nos dados oficiais do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostra que um grupo de 36 candidatos informou possuir valores que superam R$ 1 milhão em espécie. Desses, dez políticos declararam ter entre R$ 2 milhões e R$ 5,3 milhões. A reportagem não considerou valores em moeda estrangeira - apenas em reais. Como o tribunal não exigiu detalhamento no pedido de registro de candidatura, eles não discriminaram como mantêm quantias tão volumosas.

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O candidato com mais dinheiro guardado "no colchão" é o atual suplente de deputado e comerciante Juraci Tesoura de Ouro (PTB-DF), de 57 anos. Ele e familiares são donos de uma série de empresas em diferentes ramos, como confecções, cerca de 100 lojas, postos de gasolina e até construtoras. Juraci possui R$ 5,3 milhões em dinheiro vivo, o equivalente a 75% dos patrimônio total que declarou: R$ 7,1 milhões. À reportagem, ele afirmou que guarda o dinheiro porque "faz muitos negócios".

O jornal O Estado de S. Paulo revelou, em julho, que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em parceria com a Receita Federal e o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), planeja aumentar a fiscalização sobre o dinheiro em espécie declarado por candidatos, como forma de coibir o caixa 2.

Os órgãos suspeitam que parte das declarações seja fraudulenta e sirva como estratégia de lavagem de capital antecipada. Segundo técnicos envolvidos nas apurações, há candidatos que declaram guardar em casa recursos que, em verdade, não têm.

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Investigadores consideram valores acima de R$ 50 mil pouco factíveis de serem mantidos fora de instituições financeiras. Assim, a declaração informada à corte poderia lastrear dinheiro de origem ilícita usado para custear gastos de campanha ou dar aparência legal a sobras de caixa 2 que, ao fim do pleito, terminariam somadas ao patrimônio pessoal de candidatos.

Bens

Entre os 28.125 candidatos que pediram registro neste ano, o total de bens declarados chegou a R$ 25,2 bilhões, sendo que imóveis somam R$ 11,6 bilhões, o equivalente a 46% do total. Por orientação da Receita, casas, terrenos, apartamentos, galpões e prédios comerciais ou residenciais, entre outros imóveis, devem ser declarados com base no valor venal apurado na data de compra, a despeito de variações imobiliárias de mercado ao longo dos anos. Por isso, o patrimônio real dos candidatos pode estar subestimado.

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Já os R$ 304 milhões em dinheiro vivo representam apenas 1,2% do volume patrimonial. Os valores em moedas estrangeiras, sem especificação, foram convertidos pelos candidatos somando R$ 6,9 milhões.

Os veículos dos candidatos representam outros 5,1% do total de bens, com valor estimado de R$ 1,28 bilhão. Os candidatos possuem ainda aeronaves avaliadas em R$ 60 milhões. E aplicaram R$ 184 milhões em previdência privada. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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