Boulos não pretende privatizar nenhuma estatal, diz coordenador
Caso venha a ser eleito, o candidato Guilherme Boulos (PSOL) não pretende privatizar nenhuma estatal, de acordo com o coordenador do programa econômico dele, o professor da Unicamp Marco Antonio Rocha. "A saída para o problema da corrupção é melhorar a governança, não vendê-las", afirmou, no fórum 'Os Economistas das Eleições', organizado pelo Grupo Estado em parceria com o Instituto de Economista Brasileira da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).
Rocha afirmou ainda que, caso eleito, o PSOL suspenderia imediatamente o acordo firmado entre a Boeing e a Embraer. Os leilões de áreas do pré-sal realizados durante o governo de Michel Temer deverão ser revogados, comentou Rocha. A reversão seria feita a partir da implementação do antigo marco regulatório para exploração petrolífera.
O economista que assessora o PSOL também disse ver com "certa preocupação" o investimento da China no Brasil. "A gente não pode deixar de ser quintal dos Estados Unidos para ser quintal da China", ressaltou.
A saída para as empresas para o financiamento da ampliação produtiva, segundo ele, passaria pela retomada do papel do BNDES como agente de financiamento público.
Na avaliação de Rocha, devido ao cenário internacional mais competitivo, com o aumento das tensões comerciais, "não está na hora de abrirmos mão das estatais".
Sobre relações exteriores, o economista disse que o programa de governo do PSOL prevê a retomada da agenda "Sul-Sul" e a integração latino-americana.
Agenda
O próximo convidado do fórum 'Os Economistas das Eleições' é André Lara Resende, um dos integrantes da equipe que formulou o Plano Real. Ele vai representar a campanha de Marina Silva (Rede).
O debate ocorre na sexta-feira, 10, a partir de 9h30, e tem transmissão ao vivo pelos terminais Broadcast e Broadcast Político, serviços de notícias em tempo real do Grupo Estado.