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Política

A 2 meses das eleições, cenário da disputa presidencial continua indefinido, avaliam especialistas

Problemas na Justiça, alto índice de rejeição e baixa popularidade são os principais empecilhos dos candidatos

Thaiz Blunck

Redação Folha Vitória
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A menos de dois meses para as Eleições 2018, a disputa pela Presidência da República segue em um cenário incerto. Problemas na Justiça, alto índice de rejeição e baixa popularidade são os principais empecilhos dos candidatos na corrida pelo Planalto. Os números da pesquisa exclusiva encomendada pela Record TV ao instituto Real Time Big Data reforçou essa tendência.

O consultor em marketing político, Darlan Campos, destaca que as eleições presidenciais estão com muitas 'novidades' e surpresas. Entre elas, o fato de os dois principais partidos políticos estarem pontuando de forma negativa nas pesquisas.

"É a primeira vez, por exemplo, que temos o líder das pesquisas preso. O segundo elemento é que é a primeira vez, desde a eleição do Fernando Henrique Cardoso, que os dois principais partidos, no caso o PT e PSDB, não têm candidatos que, neste momento, pontuam de forma positiva. O que vemos é o Jair Bolsonaro (PSL), seguido de Marina (Rede) e Ciro Gomes (PDT). Um outro ponto importante é que será a primeira sem financiamento empresarial e com fundo eleitoral, então todo esse processo coloca um grau de imprevisibilidade muito grande", destaca.

Veja pesquisa exclusiva encomendada pela Record TV ao instituto Real Time Big Data

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Sobre o comportamento do eleitor, Campos afirma que as pesquisas têm mostrado um eleitorado mais politizado. No entanto, essa consciência de quanto a política interfere na sua vida social os torna também mais críticos.

"As pesquisas têm mostrado dois elementos interessantes. O que temos percebidos aqui no Estado, por exemplo, é que nós temos um eleitor mais politizado e essa consciência de quanto a política interfere na sua vida social está mais clara. Porém, esse também é o eleitor que rejeita muito mais a classe política e os métodos de se fazer política. Ele está politizado, mas está mais arisco, mais crítico, rejeitando uma parcela de políticos. Então esses candidatos vão ter que saber lidar com isso", afirma.

O cientista político e professor da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Mauro Petersem Domingues, pontua que o desgaste das principais lideranças do PSDB e a ausência de Lula na disputa, geram boa parte dessa indefinição.   

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"O desgaste das principais lideranças do PSDB (Aécio e Alckmin) e a ausência forçada de Lula geram boa parte dessa indefinição. Na medida em que a inelegibilidade de Lula seja definida e o PT aponte claramente para o eleitorado seu candidato à Presidência acredito que o jogo comece a se definir, recompondo o padrão PT x Anti-PT que tem prevalecido desde 1994. Alckmin, pelo tamanho da coalizão que o sustenta, deve polarizar com o candidato petista mais uma vez", destaca. 

O cenário atual, de acordo com Petersem, é fruto de dois processos: um, relacionado aos efeitos da crise econômica e outro, ligado ao Impeachment de Dilma Rousseff, em 2016. 

"Falando da disputa para a Presidência da República, do meu ponto de vista o cenário atual é fruto de dois processos superpostos. De um lado, vivemos os efeitos de uma crise econômica que, no mundo inteiro, desgastou os partidos e forças que estavam à frente de governos e favoreceu as oposições. De outro lado, temos que, mesmo vencendo eleições extremamente disputadas em 2014, a Presidente Dilma foi afastada do cargo e sua agenda de governo substituída pela da oposição, que passou a compor a base do governo de Temer. Essa troca de agenda, no entanto, não resultou em uma melhora do cenário social e econômico e sim em seu agravamento, desgastando assim também as principais forças da oposição", conclui. 

QUESTÕES IMPORTANTES DA CORRIDA PRESIDENCIAL DO PONTO DE VISTA DOS ESPECIALISTAS

Prisão de Luís Inácio Lula da Silva (PT), considerado um dos principais candidatos à Presidência

Pesquisas sem o Partido dos Trabalhadores (PT) e Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) na liderança.

• Primeira eleição sem financiamento empresarial e a primeira com fundo eleitoral.

População politizada, mas ao mesmo tempo crítica e com aversão à determinados assuntos políticos. 

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