Economistas do Plano Real pedem saída do PSDB do governo Temer
Segundo Elena Landau, o PSDB precisa voltar a ter uma posição programática mais definida
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Em carta endereçada ao presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), os economistas tucanos Elena Landau, Edmar Bacha, Gustavo Franco e Luiz Roberto Cunha fizeram um "apelo" para que a sigla desembarque do governo Michel Temer e renove sua direção - hoje oficialmente sob o comando do senador Aécio Neves (MG), presidente licenciado.
Os especialistas integram um grupo de economistas ligados à PUC-Rio que teve influência na política econômica do governo Fernando Henrique Cardoso, nos anos 1990, sendo Bacha e Franco os mentores do Plano Real. Elena foi diretora do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) durante o governo tucano.
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"A opção de nos desligar do PSDB pareceu-nos no momento precipitada tendo em vista sua sábia decisão de marcar uma convenção do partido para o próximo mês de agosto", disse o texto. "Fica nosso apelo para que, na convenção de agosto, sob sua liderança o PSDB - reafirmando seu apoio à equipe econômica e mantendo-se à frente das reformas no Legislativo - decida (i) renovar sua direção, (ii) entregar os ministérios que têm no governo, e (iii) refundar-se programática e eticamente", concluiu o texto.
A carta disse ainda que o PSDB optou por "deixar vazio o centro político ético de que o País tanto precisa", ao ser "incapaz de se dissociar de um governo manchado pela corrupção institucionalizada que herdou do PT".
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"Ficamos muito satisfeitos que o Tasso tenha o controle do partido para conduzir uma reconstrução. Vamos ver agora se ele consegue com a credibilidade, a força e a legitimidade dele conduzir esse grupo que vem apoiando ele de volta aos princípios que criaram o PSDB", afirmou a economista em entrevista ao Estadão/Broadcast.
Segundo Elena, o PSDB precisa voltar a ter uma posição programática mais definida. "A gente não pode exigir dos outros o que não faz no próprio partido. O partido tem de ter uma postura bastante clara eticamente, que foi a origem do partido", disse, lembrando que o PSDB surgiu numa dissidência do PMDB controlado então por Orestes Quércia. "Precisamos ter esse partido de volta."
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Já os economistas Edmar Bacha, Gustavo Franco e Luiz Roberto Cunha não quiseram dar entrevista para comentar o assunto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.