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Política

Procuradoria vê 'pressão externa' para aceitar delação da OAS

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
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Brasília - Integrantes da força-tarefa da Operação Lava Jato e o grupo de trabalho que assessora o procurador-geral da República, Rodrigo Janot,em Brasília, divulgaram nota na segunda-feira, 30, em que apontam "a possibilidade" de ter havido "má-fé" na negociação do acordo de delação da empreiteira OAS.

As tratativas entre a OAS e a Procuradoria-Geral da República foram rompidas na semana passada após a revista Veja revelar que entre os temas discutidos estava uma citação ao ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal. Janot negou a citação ao ministro nos documentos entregues à Procuradoria. Em nota à revista, porém, admite que, nas negociações do acordo, foram discutidos fatos relativos a Toffoli.

O vazamento do suposto anexo do acordo com citação ao ministro do Supremo resultou em uma crise entre o ministro Gilmar Mendes e os investigadores da Lava Jato. O ministro chegou a sugerir a imposição de "freios" à operação.

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Segundo a nota, assinada pelos investigadores de Brasília e de Curitiba, o vazamento "revela uma tentativa de forçar os investigadores a aceitar a colaboração mediante pressão externa".

Anexos

A Procuradoria afirma que o procedimento de colaboração tem início quando o possível delator entrega aos investigadores os anexos sobre os temas a serem delatados com provas ou indicações de provas que poderão ser produzidas.

No caso da OAS, as tratativas estavam nessa fase e, segundo a nota, a divulgação de informações sobre os temas dos anexos "aponta para a possibilidade de ter ocorrido má-fé na negociação do acordo". Ainda segundo a nota, ao longo dos seis meses de negociação entre a Lava Jato e a empreiteira baiana, "jamais foi entregue ao Ministério Público o relato do fato que foi veiculado na imprensa há uma semana ou qualquer prova em relação a ele".

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No entendimento dos investigadores, "em um contexto em que a pretensa colaboração não é convincente, a criação do relato fora do contexto" - no caso a notícia sobre a citação do ministro Dias Toffoli que não estavam nos anexos entregues pela OAS - "revela uma tentativa de forçar os investigadores a aceitar a colaboração mediante pressão externa, a despeito de uma análise apropriada do interesse público envolvido".

"A falta de credibilidade decorrente dessas posturas e a violação da confiança e lealdade, somadas à ponderação da relevância pública do acordo com base em vários critérios, confirmam a correção da decisão de suspender as negociações com a empresa", diz a nota. Ao finalizar o texto, a Procuradoria reforça que a opção pelo rompimento da negociação com a OAS foi tomada em "conjunto por mais de 20 membros do Ministério Público de diferentes instâncias, todos concursados, sem qualquer histórico de vínculo político partidário".

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"Os membros do Ministério Público reiteram seu compromisso com a Constituição, as leis, a sociedade e a Justiça. Reafirmam ainda sua intenção de analisar cuidadosamente todas as propostas de acordo de colaboração, para celebrar somente aqueles que contribuam efetivamente para as investigações, garantam a punição dos culpados e maximizem o ressarcimento aos cofres públicos em face dos crimes bilionários de corrupção que sangraram, por mais de uma década, o Brasil", afirma. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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