/1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_TOPO |
Política

Para aliados de Dilma, carta pode reverter julgamento; governistas acham inócua

Na carta, lida por ela no Palácio do Alvorada, Dilma defende a realização de um plebiscito a fim de antecipar as eleições presidenciais de 2018

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
audima
audima
Lindbergh Farias considera a proposta de plebiscito um acerto Foto: Divulgação/Agência PT
pp_amp_intext | /1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_02

Brasília - Aliados da presidente Dilma Rousseff no Senado afirmaram que a carta divulgada nesta terça-feira, 16, pela petista poderá reverter o resultado do julgamento dela pela Casa, previsto para começar na próxima semana. Adversários de Dilma, contudo, consideraram que a manifestação da presidente é fora de tempo e não terá efeito prático para impedir a condenação da petista por crime de responsabilidade.

Na carta, lida por ela no Palácio do Alvorada, Dilma defende a realização de um plebiscito a fim de antecipar as eleições presidenciais de 2018, caso permaneça à frente do comando do País. Ela pediu aos senadores que não façam a injustiça de condená-la por um crime que diz não ter cometido e destacou que seu afastamento definitivo "seria um inequívoco golpe seguido de eleição indireta".

Para o líder da oposição no Senado, Lindbergh Farias (PT-RJ), a divulgação da carta, ao se comprometer com um plebiscito, foi um acerto e que a população precisa ser consultada sobre os rumos do País. "Não jogamos a toalha, temos uma semana de batalha aqui", destacou.

pp_amp_intext | /1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_03

Lindbergh não considerou a carta - divulgada a poucos dias do início do julgamento final - fora de tempo. Segundo ele, o presidente em exercício, Michel Temer, está sendo vítima de uma chantagem explícita do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), responsável por ter deflagrado em dezembro do ano passado o pedido de impedimento de Dilma e que está prestes a ter o mandato parlamentar cassado. Há o receio do governo de que Cunha, uma vez cassado e preso, possa implicar Temer. Se o presidente em exercício virar efetivo, ele também não poderia responder sobre fatos estranhos ao mandato dele.

O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), afirmou que a carta indica que Dilma ainda poderia ter capacidade de governar o País, em caso de absolvição dela e da realização de consulta popular. "Sem dúvida, após um plebiscito que definisse a continuidade do governo dela, ela passaria a ter mais legitimidade suplementar para estabelecer boa relação com Congresso", disse.

pp_amp_intext | /1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_04

Até minutos antes do início do pronunciamento de Dilma no Alvorada, aliados da presidente afastada no Senado não tinham recebido a íntegra da carta, medida que os irritou. Coube à senadora Fátima Bezerra (PT-RN), tão logo recebeu o inteiro teor e durante o pronunciamento da petista, lê-la em plenário e pedir para incluí-la nos registros da Casa.

Os governistas, por sua vez, preferiram desqualificar a carta e considerá-la inócua para reverter a condenação de Dilma. O líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), chamou a missiva de um "ato de desespero político". "Depois de ter virado as costas para o Congresso Nacional e a sociedade, ela quer agora dialogar? É uma medida intempestiva, fora do timing", avaliou ele, ao considerar que a presidente afastada não é inocente.

O líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), disse que a carta demonstra que Dilma está "completamente desconectada" com a realidade brasileira. "Ela trata do momento de crise que o País enfrenta como se não fosse ela a responsável por tudo isso", criticou. O presidente do DEM, senador José Agripino (RN), considerou o gesto de Dilma "pura apelação".

pp_amp_intext | /1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_05

"É inconstitucional e derrotista. Quando a Câmara dos Deputados aprovou a autorização da abertura do processo de afastamento, Dilma poderia ter anunciado essa proposta de plebiscito com compromisso de renúncia imediata. Aí, sim, haveria sinceridade por parte dela. Agora, com o impeachment praticamente aprovado, essa proposta soa apelação e não tem base constitucional. Parece atitude de quem, derrotada, joga evidentemente no 'quanto pior, melhor'", afirmou Agripino.

/1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_FINAL_DA_MATERIA |
/1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_FINAL_DA_MATERIA |

Nós utilizamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nossos serviços, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao utilizar nossos serviços, você concorda com tal monitoramento. Saiba mais sobre nossa Política de Privacidade.