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Política

Deputados capixabas querem o afastamento de Eduardo Cunha da Câmara

Nas denúncias contra Eduardo Cunha, o procurador-geral pede a condenação e afirma que o parlamentar cometeu crimes de corrupção e lavagem de dinheiro

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Cunha tem duas semanas para apresentar defesa Foto: R7
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Um dia depois do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ter apresentado ao Supremo Tribunal Federal (STF) denúncias contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, líderes de partidos da oposição divulgaram um manifesto em que afirmam que vão unir forças para buscar uma saída para o "caos" no País. Nas denúncias contra Cunha, o procurador-geral pede a condenação e afirma que o parlamentar cometeu crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. 

A reportagem do Folha Vitória ouviu seis, dos dez deputados que fazem parte da bancada capixaba. Dos parlamentares entrevistados, apenas o deputado Carlos Manato (SDD) defendeu Eduardo Cunha. Para explicar sua posição, Manato citou a Constituição Brasileira que garante a presunção de inocência. 

“Todo mundo é inocente até que se prove o contrário. Não é correto julgar. O ministro vai pedir a defesa. O meu partido vai apoiar a continuidade dele no comando da Casa até o final das investigações. Vou acompanhar o partido e não vou ficar contra”, argumentou. 

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Com uma opinião divergente, o deputado Sérgio Vidigal (PDT) informou que o partido fará uma reunião na próxima terça-feira (25) para definir se assinará o manifesto ou apoiará Eduardo Cunha. No entanto, Vidigal afirmou que pretende fazer parte da lista de deputados que desejam o afastamento de Cunha do comando da Casa. 

“Seria de bom tom que ele, denunciado, se afastasse do cargo de liderança que exerce. Mesmo se a orientação do partido for para apoiar e não assinar o manifesto, eu vou assinar de forma independente. Gostaria muito de fazer isso via partido, mas caso não seja possível, vou continuar com a minha opinião. Acho que o afastamento dele vai ajudar no bom funcionamento da Casa”, afirmou.  

Assim como Vidigal, o deputado Helder Salomão (PT), defende a saída de Cunha da presidência. “A denúncia do Ministério Público Federal é gravíssima e consistente. Por isso, defendo o imediato afastamento do deputado da presidência. Ele não tem mais legitimidade nem condições morais de continuar presidindo a maior casa do parlamento brasileiro. Participei de uma coletiva com a presença de deputados de vários partidos e defendemos o seu afastamento imediato para que não haja nenhum obstáculo às investigações e para que tudo seja devidamente apurado. Ao final, esperamos a punição exemplar de todos os culpados”, disse. 

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O manifesto lançado conta com assinaturas de deputados do PSOL, PSB, PT, PPS, PDT, PMDB, PR, PSC, Pros e PTB. Colega partidário de Helder Salomão, o deputado petista Givaldo Vieira garantiu que também assinará o documento. “As denúncias são graves, consistentes e Eduardo Cunha vai começar a responder pela investigação em curso. Partindo deste pressuposto, um chefe de poder não tem legitimidade e não deve permanecer no cargo. Por isso, vou assinar o manifesto requerendo o afastamento de Cunha da presidência da Câmara dos Deputados

Ainda aguardando orientação partidária, o deputado Paulo Foletto (PSB) disse acredita que a verdade irá aparecer. “ Ainda não recebi uma orientação. Inicialmente as denúncias são sólidas. Não posso fazer um julgamento prévio, não sou juiz. Mas o recomendando é que ele se afaste. Se for inocente e vítima de perseguição política como ele alega, não existe o que temer”, declarou. 

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De acordo com o deputado Max Filho (PSDB) as denúncias contra Eduardo Cunha já eram esperadas. “Pelo PSDB ele não teria ocupado aquela cadeira. Já esperávamos isso desde janeiro. Nós defendemos as investigações da Operação Lava Jato. Não podemos julgar. As denúncias existem e serão apuradas. Além dele, temos mais 164 parlamentares investigados. Vou seguir a orientação do partido e continuar apoiando as investigações”, explicou. 

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