“Tudo será reformulado”, diz cientista político do ES sobre corrida presidencial após morte de Campos
"O cenário muda completamente. É como se tivéssemos antecipado o segundo turno", comentou o cientista político capixaba Fernando Pignaton em entrevista ao Fala Espírito Santo
Em entrevista para o programa Fala Espírito Santo, da TV Vitória/Record, o cientista político Fernando Pignaton comentou sobre o futuro da disputa presidencial após a morte do candidato Eduardo Campos, em um acidente com o jato particular, no final da manhã desta quarta-feira (13), em Santos, no litoral de São Paulo.
Para Pignaton, Marina Silva, que é a candidata que deve assumir o posto de presidenciável, pode causar um impacto maior nas eleições. "Essa é uma questão que está sendo discutida no diretório do partido e tudo indica que Marina é a nova candidata. Acredito que o nome de Marina tem um significado até mais forte do que Campos, dado o carisma dela", afirmou.
Na entrevista, o jornalista Alex Cavancanti ressaltou a necessidade de o partido saber lidar com momentos como este. "É o que se espera de qualquer instituição. Qualquer um que defenda os interesses da nação precisa saber lidar com situações de crise", disse.
O acidente
O candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos, morreu em um acidente de avião em Santos, na manhã desta quarta-feira (13). A confirmação inicial foi do deputado federal Walter Feldman (PSB-SP). Posteriormente, órgãos oficiais se manifestaram com a mesma informação. Assessores técnicos de campanha também estavam na aeronave e ninguém sobreviveu.
Aeronave estava regular
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou que a aeronave que transportava Eduardo Campos estava em situação regular
Políticos capixabas prestam pesar
O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), utilizou seu perfil no Facebook para lamentar a morte de Eduardo Campos. Em seu comentário, o socialista disse que está sem palavras para falar da perda do companheiro de partido. “Sem palavras para falar da imensa perda que sofremos. Vá em paz, Eduardo! Ficamos com a memória de sua amizade e de seus exemplos”, frisou.
O porta-voz da Rede Sustentabilidade no ES, Gustavo De Biase, lamentou a morte do candidato à Presidência da República. Muito triste, Gustavo disse que foi “tomado de grande surpresa e que o momento é para lamentar esta grande perda”.
O deputado federal Paulo Foletto (PSB) afirmou que foi uma grande perda para a política. “Agora vamos dar apoio à família de Campos. Um jovem com cinco filhos. Nesse momento de luto, o Brasil perde um político de futuro. O sofrimento partidário é imenso”, disse.
O ex-prefeito de Vila Velha, Neucimar Fraga, destacou o futuro de Campos na política. "O Eduardo e a Marina eram uma grande dupla, tinham grande compromisso com a nação. O Nordeste do país está chorando, o Brasil está chorando”.
O prefeito de Vitória, Luciano Rezende (PPS), lamentou a morte de Campos, e preferiu não comentar possíveis mudanças no cenário político. “Nesse momento eu estou absolutamente chocado e triste com a morte de Eduardo Campos. Dentro do PPS, nos últimos meses, e todos acompanharam, fui uma das pessoas que mais defendeu a coligação com Eduardo, justamente por entender que era um líder jovem, bom gestor. Acredito que era a possibilidade de renovação na política brasileira”, disse.
Repercussão internacional
A notícia da morte trágica do candidato à Presidência do Brasil, Eduardo Campos, é destaque na imprensa norte-americana nesta quarta-feira (13), no noticiário das redes de televisão e na internet. "Morre proeminente figura política do Brasil e candidato à Presidência", destacou a CNN em sua página para os Estados Unidos.
O jornal The Wall Street Journal também destacou a notícia em sua página na internet, citando que o mau tempo provocou a queda da aeronave e que a candidata à vice de Campos, Marina Silva, não estava no avião.
Vítimas fatais
Além do candidato à presidência pelo PSB, Eduardo Campos, também morreram no acidente aéreo em Santos: Pedro Valadares Neto, ex-deputado e assessor particular do candidato; Carlos Augusto Percol Filho, assessor de imprensa; Marcelo de Lyra, cinegrafista, e Alexandre Gomes e Silva, fotógrafo. Os pilotos da aeronave Geraldo da Cunha e Marcos Martins também faleceram.