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Política

Bispos católicos no ES orientam sobre eleições, defendem posições e se opõem à causa armamentista

Dentre os princípios afirmados, estão a defesa da causa ambiental, da vida e da justiça social, com consequente contrariedade ao aborto e à causa armamentista

Isabella Arruda

Redação Folha Vitória
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Foto: Divulgação
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Uma carta divulgada por representantes da Arquidiocese e dioceses católicas do Espírito Santo foi assinada nesta sexta-feira (01), orientando fiéis sobre as eleições de 2022. Dentre os princípios afirmados, estão a defesa da causa ambiental, da vida e da justiça social, com consequente contrariedade ao aborto e à causa armamentista. A manifestação foi divulgada no site da Regional Leste 3 da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Igreja divulga carta orientando sobre eleições

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O documento, de caráter político-religioso, faz menção a passagens bíblicas e repudia ideologias que contrariem a fé cristã. O teor da carta, sem meias palavras, também ataca a forma como a gestão da pandemia de covid-19 foi feita por autoridades federais e estaduais. Confira trecho que consta ainda do início do manifesto:

“Os olhos dos profetas não se desviavam da real situação do povo de Deus. E nós, como pastores, não podemos deixar de sentir no coração o momento crítico em que vive o País e a situação à qual foi lançada a maioria de nosso povo, em particular os mais pobres, aos quais Jesus outorgou a herança do Reino dos Céus (cf. Lc 6, 20)”, diz a carta.
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Os bispos de fato não pouparam palavras e citaram o momento social em que está imerso o mundo e, em especial, o país. “No Brasil, porém, os efeitos dessa crise foram reforçados e tiveram maior impacto sobre a população pela incompetência, insensibilidade, corrupção e preocupação com interesses próprios por parte das autoridades que deveriam cuidar de nosso povo”, acrescenta.

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A respeito da pandemia de coronavírus, o manifesto de líderes católicos culpa os governantes atuais por mortes que poderiam ter sido evitadas e lamenta as mais de 670 mil vidas perdidas no período, o qual, no entanto, ainda não chegou ao final.

Em sequência são trazidas críticas à esfera econômica, pontuando o aumento do preço dos combustíveis, da energia, da cesta básica, entre outros. Sobre os temas, os bispos ressaltaram os efeitos financeiros na vida dos mais pobres.

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Na esfera dos direitos humanos, o ato documentado destaca o desrespeito às minorias, ao racismo, à homofobia e a outras formas de preconceito e violência.

Nem o debate sobre as fake news ficou de fora da carta. “Muitas serão as armadilhas ideológicas e informacionais, as notícias falsas e os apelos pseudo religiosos – sem nenhum amparo nem nas Escrituras, nem na Doutrina Social da Igreja – que tentarão nos capturar em nome de interesses eleitoreiros. Estejamos atentos”, cita trecho do documento.

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Pauta ambiental

A carta também foi assertiva em criticar o avanço da destruição do meio ambiente, bem como do garimpo e do agronegócio sobre terras indígenas. O documento foi além, comentando a “ecologia rasa”, que defende apenas algumas espécies da fauna e flora de forma restritiva.

“Não se trata apenas do que foi chamado de “ecologia rasa”, ou seja, uma preocupação reduzida ao “verde” ou algumas espécies vivas, mas de uma concepção integral da ecologia, que pensa o planeta inteiro, nossa casa comum. Segundo o Papa, “as questões relacionadas com o meio ambiente e com o desenvolvimento econômico já não se podem olhar apenas a partir das diferenças entre os países, mas exigem que se preste atenção às políticas nacionais e locais” (Francisco, Laudato si’, 176). Quem não integra a concepção ecológica profunda a seus projetos políticos ou já demonstrou descaso com o ecossistema em sua gestão ou mandato não merece nosso voto e não pode dizer-se em sintonia com o pensamento de nossa Igreja”.

Interação necessária entre os Poderes

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O documento também destacou a contrariedade ao autoritarismo na política, em que governantes vêm defendendo a supressão de determinados poderes federativos. Confira trecho:

“Também não podemos nos esquecer de que, no sistema político brasileiro, nenhum presidente, governador ou prefeito governa sem harmonia e interação com as câmaras legislativas (Senado, Câmara dos Deputados Federais, assembleias legislativas e câmaras de vereadores). Isso deve ser levado em conta na escolha dos candidatos e na análise de suas propostas”

Para os bispos que assinaram o documento, é fundamental a manutenção da democracia, regime que deve ir além do respeito às leis e atingir o encontro de valores do governo com os da população. 

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