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Política

PF indicia ex-secretário de Alckmin e mais 11 por desvios do Rodoanel

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
audima
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A Polícia Federal indiciou 12 alvos da investigação que mira supostos desvios de R$ 600 milhões das obras do Rodoanel - Norte. Na lista estão o ex-presidente da Dersa Laurence Casagrande Lourenço - ex-secretário do Governo Alckmin (PSDB) e preso pela Operação Pedra no Caminho desde junho - e ex-dirigentes da estatal paulista.

A PF atribui a Laurence Casagrande Lourenço os crimes de fraude à licitação, falsidade ideológica e associação criminosa.

O despacho de indiciamento, de 5 de julho, é subscrito pelo delegado João Luiz Moraes Rosa. O inquérito foi entregue na sexta-feira, 20.

A Pedra no Caminho foi deflagrada em 21 de junho. Na ocasião, também foi preso o então diretor da Dersa Pedro da Silva.

As obras do Rodoanel foram divididas em seis lotes. A construção teve início em 2013 e ainda está em andamento.

Investigação do Tribunal de Contas da União (TCU) e do Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União (CGU) identificou irregularidades e superfaturamento de centenas de milhões de reais, por meio da celebração de aditivos contratuais desnecessários, visando à apropriação indevida de recursos públicos em prejuízo da União, do Estado de São Paulo e do BID.

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As obras tiveram recursos da União, do Governo do Estado de São Paulo e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e foram fiscalizadas pela Dersa, estatal responsável por obras rodoviárias de São Paulo.

De acordo com os investigadores, para maquiar o sobrepreço adotou-se o "jogo de planilhas", método "comum em fraudes a licitações" em que os itens são contratados de forma global. O licitante oferece preço acima do mercado para alguns itens e abaixo da referência para outros para colocar-se artificialmente como menor preço global.

Defesa

A DERSA - Desenvolvimento Rodoviário S/A reitera que "juntamente com o Governo do Estado é a maior interessada na elucidação do caso. Havendo qualquer eventual prejuízo ao erário público, o Estado adotará as medidas cabíveis, como já agiu em outras ocasiões".

O criminalista Eduardo Carnelós, defensor de Laurence Casagrande Lourenço, divulgou a seguinte nota:

"A decisão de indiciar o sr. Laurence Casagrande Lourenço não contém nenhum fundamento, e ignora os próprios elementos dos autos do inquérito policial.

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Laurence nunca praticou nenhum ato sozinho, nem somente em conjunto com Pedro da Silva, pois todos os aditivos relativos ao Rodoanel foram objeto de estudos técnicos, e decididos pela Diretoria Executiva e pelo Conselho de Administração da Dersa, depois de obterem a 'não objeção' do BID - Banco Interamericano de Desenvolvimento, financiador da obra.

Ao contrário do que afirma a decisão de indiciamento, tudo foi feito de acordo com as leis e com o contrato. É este, aliás, que prevê a instalação de Junta de Conciliação, em caso de divergência técnica entre a Dersa e as empresas contratadas.

Dizer que a Junta de Conciliação não tem autoridade porque seus membros são indicados pelas partes é manifestação de ignorância e atentado ao contrato e às normas do BID, as quais, segundo a Lei 8.666/93, integram-se às regras do Direito brasileiro em caso de financiamento externo por ente de que o Brasil faça parte. Segundo o contrato, as decisões da Junta de Conciliação vinculam as partes.

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Aliás, para solucionar divergências de natureza jurídica, o contrato prevê a utilização de Câmara Arbitral, e não recurso ao Poder Judiciário. Será que se chegará ao despautério de também negar autoridade a essa modalidade de julgamento, hoje amplamente aceita e em prática no País? Afinal, os integrantes de Câmaras Arbitrais também são indicados pelas partes...

As premissas em que se baseou a decisão de indiciamento são falsas ou equivocadas, e jamais poderiam sustentar o ato. No momento oportuno, isso será demonstrado, mas até que isso aconteça os destruidores de reputação já terão celebrado mais uma conquista.

É lamentável o ataque sem trégua que se faz a um homem de bem, que há mais de um mês é mantido ilegalmente na prisão, sem que nenhuma razão concreta haja para isso."

A reportagem entrou em contato com os advogados José Roberto Leal, que defende Carlos Henrique Barbosa Lemos, e com Cássio Cubero, defensor do ex-diretor da Dersa Pedro da Silva, mas ainda não obteve retorno.

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