FGV cria centro contra desinformação na internet
O objetivo da iniciativa é identificar tentativas de amplificação artificial de conteúdo, manipulação de informação com uso de robôs e uso das chamadas notícias falsas nas eleições 2018
Analistas da Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getulio Vargas (DAPP-FGV) inauguraram nesta quarta-feira, 25, a Sala da Democracia Digital, uma espécie de "centro de operações" que vai monitorar o debate público durante a campanha eleitoral deste ano.
O objetivo da iniciativa é identificar tentativas de amplificação artificial de conteúdo, manipulação de informação com uso de robôs e uso das chamadas notícias falsas nas eleições 2018. O projeto também pretende acionar atores importantes para impedir o fluxo da boataria online.
Uma sala da FGV do Rio de Janeiro foi reconfigurada para a ação, que durará até o fim da eleição. De lá, 38 pesquisadores vão produzir relatórios diários publicados por meio de aplicativo web #observa2018 sobre os temas que mais frequentemente são manipulados por conteúdo enganoso ou amplificados artificialmente por perfis automatizados.
Os analistas também vão monitorar as percepções da sociedade sobre a agenda de políticas públicas e o debate econômico, com o escopo focado em política. O jornal O Estado de S. Paulo é um dos parceiros de mídia da DAPP-FGV. A rádio CBN, a agência de fact-checking Lupa e o portal digital Nexo Jornal também fazem parte do projeto.
Para o diretor da DAPP-FGV, Marco Aurélio Ruediger, há uma preocupação muito grande com a amplificação artificial de conteúdos durante o período eleitoral, devido ao fato dos "bots" (softwares que controlam contas de redes sociais se passando por usuários comuns) estarem cada vez mais sofisticados. "Os bots agora não servem apenas para fazer mais volume no número de seguidores, eles interagem. Seu modus operandi está ficando cada vez mais difícil de detectar", afirma.
Um diferencial do monitoramento é a visão sistêmica sobre o fluxo de desinformação no debate público, que é baseada em análise produzida pelo Instituto Tecnologia e Equidade (IT&E). A organização mapeou os principais atores do cenário de comunicação eleitoral e identificou "pontos de alavancagem" - ações que podem provocar mudanças estratégicas. "Você precisa entender o que está acontecendo, mas também precisa ativar atores dentro do sistema", afirma o diretor do IT&E, Márcio Vasconcelos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.