Conselheiro de Dilma diz a Moro que mentiu à PF para 'não destruir a Presidência'
João Santana confessou que mentiu à Polícia Federal, quando depôs aos investigadores em fevereiro deste ano, para "preservar" a presidente afastada Dilma Rousseff (PT)
São Paulo - Em seu primeiro depoimento diante do juiz da Lava Jato, o marqueteiro João Santana, que atuou nas campanhas eleitorais de Lula (2006) e Dilma Rousseff (2010 e 2014), confessou que mentiu à Polícia Federal quando depôs aos investigadores em fevereiro deste ano, logo após ser preso pela Lava Jato, para "preservar" a presidente afastada Dilma Rousseff (PT).
Na ocasião, o marqueteiro disse que recebeu valores em contas no exterior referentes a campanhas para as quais ele trabalhou em outros países e negou que o dinheiro tinha relação com campanhas no Brasil. João Santana e sua mulher e sócia Mônica Moura vinham atuando nos últimos anos em campanhas petistas, mas também em campanhas presidenciais em outros países, sobretudo na América Latina.
Em relação ao terceiro fator, Santana, que atuava como conselheiro de campanhas e estratégias eleitorais da petista, disse que não queria "destruir a Presidência", em um momento em que o impeachment de Dilma Rousseff era discutido na Câmara.
"Eu raciocinava comigo, eu que ajudei de certa maneira a eleição dela não seria a pessoa que iria destruir a Presidência, trazer um problema. Nessa época já iniciava o processo de impeachment, mas ainda não havia nada aberto, e sabia que isso poderia gerar um grave problema até para o próprio Brasil", afirmou.
A assessoria da presidente afastada Dilma Rousseff foi consultada pela reportagem e informou que não iria se posicionar sobre o caso neste momento.