/1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_TOPO |
Política

Opositor de Janot faz critica às relações da PGR com o Congresso

Desde que pediu a abertura de investigações, no âmbito da Operação Lava Jato, de 52 políticos perante o STF e o STJ, Janot tem sido alvo de críticas de parlamentares

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
audima
audima
Rodrigo Janot está na disputa do Ministério Público Federal Foto: R7
pp_amp_intext | /1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_02

São Paulo - O subprocurador Carlos Frederico Santos, principal adversário do atual procurador-geral da República, Rodrigo Janot, na disputa pela vaga de chefe do Ministério Público Federal fez críticas indiretas às relações da instituição com o Congresso Nacional, insinuando uma atuação "midiática" na Operação Lava Jato. Ele defendeu que a Procuradoria-Geral da República (PGR) tenha boa relação institucional com o Legislativo para viabilizar conquistas para a carreira e só atire contra parlamentares quando tiver "bala de grosso calibre".

pp_amp_intext | /1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_03
"Faça seu trabalho, mas não de forma midiática. Isso prejudica a relação institucional. Denuncie, agilize, densifique o calibre da sua bala. Quando atirar, atire para derrubar, isso minimiza a questão das relações institucionais", afirmou Frederico, em debate entre os quatro candidatos à cadeira de procurador-geral da República para os próximos dois anos.

pp_amp_intext | /1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_04
Desde que pediu a abertura de investigações, no âmbito da Operação Lava Jato, de 52 políticos perante o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Superior Tribunal de Justiça (STJ), Janot tem sido alvo de críticas de parlamentares. O presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), um dos investigados, acusa Janot de conduzir a apuração de forma "pessoal". O ex-presidente da República e senador Fernando Collor (PTB-AL) reforça o coro dos insatisfeitos com o procurador-geral e costuma fazer uso da tribuna no Senado para classificar como "atos ilegais" as investigações conduzidas por Janot.

pp_amp_intext | /1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_05
Em meio à guerra declarada de deputados e senadores investigados contra Janot, Carlos Frederico Santos disse que é necessário que o procurador-geral da República "se relacione diretamente" com parlamentares. As críticas foram feitas em respostas a perguntas sobre gratificações e remuneração de servidores, além de aumento de quadro funcional. "Eu pretendo resolver esses problemas abrindo portas, vendo a melhor maneira possível de evitar o desgaste das relações institucionais e indo lá no Congresso Nacional. E só atirar quando tiver bala de grosso calibre", disse.

pp_amp_intext | /1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_06
Janot conduz as investigações de políticos na Lava Jato desde a abertura dos inquéritos, no início de março. A apuração, feita em conjunto com a Polícia Federal, já foi prorrogada por duas vezes, com autorização do ministro Teori Zavascki, do STF. A expectativa é que, antes de encerrar o mandato em 18 de setembro, Janot encaminhe ao Supremo parte das denúncias - acusações formais - nos casos em que concluir que a investigação já traz indícios de provas suficientes. O procurador-geral da República evitou entrar em confronto direto com Carlos Frederico Santos, limitando respostas a questões técnicas e saiu do debate sem falar com a imprensa.

pp_amp_intext | /1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_07
Janot disse, ao final do debate, que almeja um novo mandato como procurador-geral para terminar o trabalho a que deu início. "Quero terminar e, se não terminar, encaminhar aquilo que comecei. Acho que temos ótimos projetos em curso, trabalhos bem desenvolvidos em curso", disse. O procurador-geral disse ainda que esses trabalhos não são apenas dele, mas que foram desenvolvidos em grupo. "Tenho certeza de que o evoluir é tão importante quanto não retroceder", disse.

pp_amp_intext | /1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_08
Frederico fez questão de frisar que "não tem resistência dentro do Congresso nacional", pois soube manter "portas abertas". Entre os três candidatos que concorrem com Janot, ele é o que tem discurso mais duro em relação à gestão atual. Conforme reportagem do Estadão, Frederico é apontado como um nome ligado ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha. A relação é fundamentada por procuradores com base no fato de que Carlos Frederico Santos exerceu cargo de secretário-geral da Procuradoria-Geral na época em que a instituição foi comandada por Antonio Fernando de Souza. Atualmente, o ex-procurador-geral da República é advogado de Cunha no inquérito que apura a participação do parlamentar na Lava Jato. Tanto Cunha como o subprocurador negam o apoio.

pp_amp_intext | /1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_09
Além de Janot e Carlos Frederico, concorrem à vaga de procurador-geral da República os subprocuradores Raquel Dodge e Mario Bonsaglia. O debate foi promovido pela Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho (ANPT), Associação dos Membros do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (AMPDFT) e pela Associação Nacional do Ministério Público Militar (ANMPM). Os candidatos não fizeram perguntas diretas e responderam a perguntas de integrantes dos três ramos do Ministério Público da União presentes, com temas focados em questões corporativas.

/1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_FINAL_DA_MATERIA |
/1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_FINAL_DA_MATERIA |

Nós utilizamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nossos serviços, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao utilizar nossos serviços, você concorda com tal monitoramento. Saiba mais sobre nossa Política de Privacidade.