Polícia Federal confirma que restos mortais encontrados na Amazônia são de Dom Phillips
Os restos mortais foram localizados pela equipe, na última quarta-feira (15), a cerca de três quilômetros do rio Itaguaí
A Polícia Federal (PF) confirmou nesta sexta-feira (17) que os restos mortais encontrados na região do Vale do Javari, no Amazonas, são do jornalista britânico Dom Phillips.
A análise feita pelo Instituto Nacional de Criminalística de Brasília confirmou a identidade do repórter. Os peritos fizeram exames na arcada dentária e usaram técnicas de antropologia forense, que analisa características físicas, como estrutura óssea.
"Encontram-se em curso os trabalhos para completa identificação dos remanescentes, para a compreensão das causas das mortes, assim como para indicação da dinâmica do crime e ocultação dos corpos", diz um trecho do comunicado divulgado pela PF.
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Os restos mortais foram localizados pela equipe na última quarta-feira, 15, a cerca de três quilômetros do rio Itaguaí. Os policiais levaram o pescador Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como Pelado, até a região e ele apontou onde teria enterrado os corpos do jornalista e do indigenista Bruno Pereira. Os restos mortais foram então transportados para Brasília, onde estão sendo feitos os exames.
Os peritos trabalham agora na identificação de Bruno. O Estadão apurou que o trabalho deve envolver a análise de DNA.
Mandante
Mais cedo, os investigadores informaram que os assassinos agiram sozinhos e que o crime não teve um mandante. O envolvimento de facções criminosas também foi descartado.
As linhas de investigação foram consideradas inicialmente tanto por causa do trabalho desenvolvido por Bruno, que orientava moradores a denunciar irregularidades nas reservas indígenas, quanto pela presença de traficantes de drogas e armas, caçadores ilegais, madeireiros e garimpeiros na região.
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Os policiais federais desconfiam, no entanto, que mais pessoas tenham participado do assassinato. Até o momento, estão presos Pelado e o irmão dele, Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como Dos Santos. A corporação avalia novas prisões nos próximos dias.
A Univaja, entidade para a qual o indigenista Bruno Pereira prestava serviços ao ser assassinado na Amazônia, criticou que a PF tenha descartado crime de mando na investigação.
"Com esse posicionamento, a PF desconsidera as informações qualificadas, oferecidas pela Univaja em inúmeros ofícios, desde o segundo semestre de 2021", diz um trecho do comunicado divulgado pela entidade.
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A manifestação diz ainda que Bruno se tornou alvo de um grupo criminoso responsável pela invasão de terras indígenas na região. Segundo a Univaja, Pelado e dos Santos fazem parte dessa quadrilha. A nota relata ainda que outros integrantes da Univaja receberam ameaças de morte.