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Política

Gilmar Mendes vota por implantação gradual do voto impresso

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
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O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta quarta-feira, 6, a favor de uma implantação gradual do voto impresso, de acordo com a disponibilidade de recurso e as possibilidades do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O uso do voto impresso para as eleições deste ano foi aprovado pelo Congresso Nacional em 2015, na minirreforma eleitoral, e é alvo de uma ação direta de inconstitucionalidade ajuizada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Para a PGR, a votação impressa "caminha na contramão da proteção da garantia do anonimato do voto e significa verdadeiro retrocesso". A Justiça Eleitoral prevê a aquisição de 30 mil impressoras que serão acopladas às urnas nas eleições deste ano. A implantação será gradual e ficará concluída até 2028, de acordo com o TSE.

"Eu não entendo como ilegítima a proposta de o Congresso adotar o voto impresso, mas considero que esse processo há de se fazer de maneira segura", disse o relator da ação, ministro Gilmar Mendes, que decidiu submeter o pedido de medida cautelar para barrar o voto impresso diretamente ao plenário da Corte.

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"Não considero que deva se considerar inconstitucional a exigência do voto impresso, mas é preciso que haja todas as cautelas. A própria votação eletrônica começa em 1996, e só se universaliza em 2002. Há de ter um cuidado redobrado com essa temática. Se a legislação introduz uma modificação que pode traduzir-se num quadro de insegurança nesse patamar, é óbvio que a própria Justiça tem de tomar todos os cuidados e cautelas. Essa mudança teria de vir acompanhada de uma cláusula de transição", ressaltou o ministro, que deixou o comando do TSE em fevereiro.

Tumulto

Em seu voto, Gilmar Mendes destacou a experiência no Distrito Federal e em Sergipe com o voto impresso nas eleições de 2002. Naquele pleito, a impressão foi implantada em 150 municípios brasileiros.

"A impressora trabalha com insumos sensíveis - papel e tinta. Em um País como o Brasil, com áreas remotas, é impossível garantir que os insumos estarão em condições ideais. O experimento que se fez à época no Distrito Federal e no Sergipe sobre a impressão do voto resultou, na verdade, num grande tumulto, porque todos nós sabemos que pelo menos os modelos atuais das impressoras suscitam uma série de problemas", comentou.

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Um relatório da Corte eleitoral sobre aquela campanha concluiu que a experiência "demonstrou vários inconvenientes", "nada agregou em termos de segurança ou transparência" e o pior: criou problemas. O tribunal apontou que nas seções com voto impresso foram observados filas maiores e um maior porcentual de urnas com defeito.

Fraudes

Gilmar também pontuou no voto que há uma "ideia de que as eleições no Brasil são fraudadas" e de que com o voto impresso, o eleitor poderá colocar a impressão no bolso e levá-la pra casa.

"Daqui a pouco farão uma apuração particular. Vende-se um tipo de ilusão que já ultrapassou os limites do ridículo. É preciso ter um pouco de cuidado com uma matéria sensível como essa, porque estamos lidando com alguma coisa que envolve a crença das pessoas", afirmou.

O ministro lembrou que, após o resultado das eleições presidenciais de 2014, o PSDB realizou uma auditoria independente dos sistemas de votação e apuração do segundo turno das eleições de 2014. Naquele pleito, Dilma Rousseff (PT) foi reeleita presidente por uma diferença de 3,46 milhões de votos, derrotando o senador Aécio Neves (PSDB-MG).

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"Depois de proclamado resultado surgiu essa imensa lenda urbana de que teria ocorrido manipulação dos resultados, o próprio candidato perdedor pediu auditoria no TSE e foi feito com seus peritos que indicou e de fato, certamente nem os mais entusiasmados dos seus defensores seriam capazes de não reconhecer de que ele perdeu a eleição não por problema da urna eletrônica mas porque lhe faltou voto em Minas. Em termos geopolíticos foi disso que se tratou", disse Gilmar.

Funcionamento

O registro do voto em papel será feito por impressoras acopladas às urnas. Após digitar os números do candidato, o eleitor poderá conferir em um visor de acrílico o voto impresso, que cairá em uma urna lacrada. Não será possível tocar ou levar para casa o papel, que será eventualmente conferido depois em caso de pedido de recontagem.

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