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Política

Moraes pede vista do julgamento, mas ministros pedem para antecipar voto

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
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Brasília - O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu mais tempo para analisar o processo que discute a redução do alcance do foro privilegiado concedido a autoridades. Em um longo voto, o ministro afirmou que não havia como fazer mudanças no instituto sem pensar nas "repercussões institucionais" que isso trará para o País.

Moraes foi o segundo ministro a se manifestar sobre o caso e, agora, o julgamento só poderá ser concluído quando ele devolver o processo para o plenário - não há um prazo fixo para que isso aconteça.

Apesar do pedido de vista, outros ministros, no entanto, pediram para adiantar os votos. Marco Aurélio Mello já proferiu a sua opinião. A ministra Rosa Weber e a própria presidente da Corte, Cármen Lúcia, afirmaram que vão se pronunciar após o intervalo da sessão, que costuma durar meia hora.

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Durante toda a sua fala, Moraes discordou da tese defendida pelo relator da ação, ministro Luís Roberto Barroso, para quem a prerrogativa de foro deveria valer somente para crimes cometidos durante o exercício do mandato e se estiver relacionada com as funções desempenhadas no cargo. Barroso tem defendido que o "sobe e desce" dos processos de uma instância para outra tem causado impunidade. O ministro também tem o entendimento de que a Corte não deveria se debruçar sobre questões penais.

Moraes, porém, mostrou preocupação e disse que uma decisão nesse sentido poderia paralisar muitos processos que estão sendo julgados no STF, já que as partes poderiam entrar com recursos, fazendo com que se levasse meses e até anos para decidir quais investigações ficariam ou não no tribunal.

O ministro afirmou ainda que, apesar de considerar que a quantidade de autoridades beneficiadas com o foro pela Constituição de 1988 seja exagerado, os reflexos que as mudanças propostas por Barroso trariam um impacto "substancial" na ordem vigente.

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Moraes também defendeu que, apesar de não haver nenhuma pesquisa que mostre que uma instância é melhor que a outra em combate a corrupção, não é possível fazer uma conexão entre impunidade no Brasil e a ampliação do foro pela Constituição de 1988.

O ministro foi interrompido pelos colegas em diversas oportunidades. Em uma delas, Barroso disse que não precisava de "muitas palavras" para defender o seu ponto de vista, de que deveria haver uma mudança no alcance do benefício. "Basta verificar que se distribuem cargos com foro no Supremo para impedir o alcance da Justiça de primeiro grau, baste ler os jornais", afirmou.

Nesta quarta-feira, 31, o presidente Michel Temer assinou uma medida provisória, publicada em edição extra do Diário Oficial União, que inclui a recriação da Secretaria-Geral da Presidência da República, comandada por Moreira Franco. Com isso, o ministro, que é alvo de investigações na Operação Lava Jato, mantém foro privilegiado, que ganhou em fevereiro deste ano, quando foi assinada a Medida Provisória 768. Essa MP que reestruturou a Presidência, venceria nesta sexta-feira, 2, e a ideia inicial do governo era aprová-la. Mas, diante da últimas dificuldades políticas, que travaram as votações no Congresso, Temer decidiu reeditá-la.

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No ano passado, uma polêmica semelhante aconteceu durante a tentativa da então presidente Dilma Rousseff de indicar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, também alvo da Lava Jato, para assumir o comando da Casa Civil.

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