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Política

Julgamento vira palco para ataques ao MP

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
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Brasília - O julgamento da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) virou palco para críticas abertas ao Ministério Público e às delações premiadas. Um dos motivos para as manifestações foi o pedido do vice-procurador-geral eleitoral Nicolao Dino para que o ministro Admar Gonzaga fosse declarado impedido por ter advogado para a campanha de Dilma em 2010.

Como reação, o presidente da corte, Gilmar Mendes, sugeriu que o MP tentava coagir o tribunal. "O MP tem de se pautar pela lealdade processual. Ele não pode surpreender o tribunal. Esse fato não foi conhecido pelo Ministério Público neste momento, é preciso que o Ministério Público assuma o seu papel e respeite o tribunal."

Gilmar disse que as instituições "têm de se conter, não podem usar poderes do Estado como selvagens". Dino reagiu: "Não aceito a crítica. O MP não é réu nesta ação. Não há denúncia". "Mas será feita", respondeu Gilmar, exaltado.

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Pouco depois, Gilmar continuou se direcionando ao vice-procurador: "O Estado de Direito não comporta soberanos. A mistura de delatores, infratores com o Ministério Público talvez esteja contaminando esse ambiente de maneira negativo, fazendo uma osmose que não condiz com a boa institucionalidade".

Em nota divulgada no fim do dia, o Grupo Executivo Nacional da Função Eleitoral (Genafe) rebateu Gilmar Mendes. "Chocou a todos perceber como o simples e regular exercício das funções do Ministério Público, de maneira respeitosa, acarretou agressão intensa e continuada por parte do ministro Gilmar, em pelo menos duas oportunidades", afirmou.

Admar Gonzaga defendeu seu direito de participar do julgamento. "Esse represamento tático não vai me constranger. Engana-se quem pensa que eu serei constrangido", afirmou durante o julgamento. O ministro Tarcisio Vieira de Carvalho também defendeu seu colega: "A informação não poderia ser estocada para surpreender o tribunal". Ambos foram indicados ao TSE neste ano por Temer.

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As críticas ao Ministério Público e às delações premiadas partiram dos quatro ministros que votaram para absolver o presidente. Do outro lado, a ministra Rosa Weber elogiou o trabalho "excepcional" dos procuradores da República.

Exaltado, o ministro Napoleão Nunes Maia Filho puxou a discussão sobre as delações premiadas e mencionou que foi alvo de uma notícia sobre a citação a seu nome em negociação da OAS. A matéria foi publicada pelo jornal Valor Econômico. O ministro também é citado na delação de executivos da JBS, o que ele considerou uma "mentira deslavada".

Napoleão disse que precisou se explicar em sua igreja sobre o caso e, para isso, citou um provérbio islâmico: "Com a medida que medem serão medidos, e sobre eles que caia a ira do profeta". E, para ilustrar o que seria a ira do profeta, fez um gesto de degola. Durante seu voto, Napoleão voltou ao tema das delações para minimizar as provas trazidas ao processo.

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Perícia. Durante os debates, Gilmar trouxe um tema alheio ao julgamento do TSE: a falta de perícia prévia no áudio entregue pelo delator Joesley Batista, do Grupo JBS, e usado em investigações no Supremo Tribunal Federal contra Temer.

Enquanto o ministro Herman Benjamin revelava um "bilhete" recebido do ministro Luiz Fux para simplificar o voto, o relator disse que Fux "fez um cálculo matemático de que levaria até 14 horas para eu ler meu voto, mas eu não confio muito porque não foi periciado o que ele disse". Ao que o presidente do TSE retrucou: "Perícia vale. Agora até fita sem perícia vale", disse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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