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Política

Fux vê diz ver com bons olhos delações homologadas pelo STF com presença do réu

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
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Rio - O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse nesta segunda-feira, 19, que o Judiciário "pode eventualmente avocar para si o poder de homologar" as delações premiadas. A afirmação vem em meio à polêmica do acordo firmado entre a Procuradoria Geral da República (PGR) e executivos do Grupo J&F, dos irmãos Batista. "A lei da delação prevê um perdão judicial. Um perdão judicial só pode ser concedido pelo Judiciário, como o próprio nome indica", declarou o Fux.

Ele declarou ainda que vê com bons olhos que as delações sejam homologadas em plenário, com a presença do réu. "Não é anômalo se imaginar que, como a homologação da delação deve ser engendrada pelo juiz natural que vai julgar a causa, o juiz natural que vai julgar é um colegiado. E se o colegiado é que vai julgar o caso, ele pode eventualmente avocar para si o poder de homologar a delação", afirmou Fux, logo após conceder uma palestra na sede da Procuradoria Geral do Estado do Rio de Janeiro (PGR-RJ).

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"Eu entendo (que seria) até interessante essa estratégia, essa metodologia, se vier a ser implantada, de o Pleno homologar essa delação com a presença do réu no centro do plenário, para que todos os membros do colegiado possam eventualmente tirarem suas conclusões", acrescentou.

Na próxima quarta-feira, 21, o plenário do STF irá julgar se o ministro Edson Fachin deve ser o relator da delação do Grupo J&F na corte. Os 11 ministros também deverão debater sobre qual é o papel do relator diante da homologação de colaborações premiadas.

"O regimento interno do Supremo prevê que o relator é o condutor do processo. Ele homologa, mas isso não significa dizer que ele próprio não possa rever essa homologação por força desse dispositivo legal. Se ele pode rever, o colegiado também pode rever. A regra é que não haja revisão, para dar essa capacidade de persuasão das delações", sustentou Fux.

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O ministro também negou que uma eventual mudança nos termos de aceitação da delação premiada venha a ser uma alteração na jurisprudência da Corte. "Não é uma mudança de jurisprudência, mas talvez seja uma mudança de entendimento. A jurisprudência pressupõe casos reiteradamente julgados. O que há é que a própria lei da delação prevê que, no momento da decisão final, o juiz vai aferir a eficácia e a validade da delação", comentou.

Luiz Fux reiterou ainda que a PGR não promoveu um "perdão judicial". "Não foi um perdão judicial. Quem denuncia é o Ministério Público, se ele não denunciar nós não podemos agir. Pode ser um perdão judicial implícito", destacou.

Entrevista de Joesley

O ministro também falou sobre a entrevista do empresário Joesley Batista à revista Época, em que ele repetiu as acusações feitas ao presidente Michel Temer em delação premiada.

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"Essa questão vai ser analisada pelo STF,e eu não posso adiantar nenhum ponto de vista sobre este aspecto. A única coisa que legalmente já vem prevista é que a delação, por si só, não pode ensejar condenações. É um meio de prova que deve vir acompanhada de outros meios de prova", defendeu Fux.

Apesar disso, o ministro insistiu que as delações devem ser levadas em conta nos julgamentos. "O que eu chancelei no meu voto no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) - na ação que pedia a cassação da chapa Dilma-Temer - é que a delação tem que ser levada em consideração também", sustentou. "Os colegas entenderam diferente, e eu respeito a posição do colegiado."

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