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Política

Toffoli: 'cautela' recomenda aguardar decisão sobre financiamento de campanhas

No julgamento do STF, Toffoli foi um votos favoráveis ao fim do financiamento privado. Até o momento já há maioria de seis votos a favor e apenas um contra o financiamento de empresas

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
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Ministro Dias Toffoli é cauteloso e vai aguardar a decisão do Supremo sobre o financiamento privado de campanha Foto: R7
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Brasília - O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Dias Toffoli, afirmou nesta segunda-feira, 1º, que, por "cautela", prefere que o Supremo Tribunal Federal (STF) aguarde uma decisão final do Congresso sobre o financiamento das campanhas eleitorais. Questionado sobre qual o efeito da decisão da Câmara - se for mantida pelo Senado - de permitir empresas doarem apenas para partidos políticos no julgamento do STF sobre o assunto, Toffoli respondeu que não são questões excludentes entre si.

"Esta questão, uma coisa não exclui a outra, mas, sem dúvida nenhuma, penso que é de cautela aguardar a deliberação do Congresso Nacional a respeito do tema", afirmou Toffoli, após solenidade no Senado em homenagem aos 70 anos de reinstalação da Justiça Eleitoral.

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No julgamento do STF, Toffoli foi um votos favoráveis ao fim do financiamento privado no País. Até o momento já há maioria de seis votos a favor e apenas um contra o financiamento de empresas, mas o julgamento está suspenso desde abril do ano passado após pedido de vista do ministro Gilmar Mendes.

Também presente à solenidade, Gilmar Mendes reiterou que deve devolver o tema para julgamento no STF no final de junho ou "início de agosto". Caberá ao Supremo decidir se aguarda o fim da votação sobre o assunto no Congresso - caso não tenha sido concluída. "Entendo que devo submeter no final de junho a início de agosto a matéria ao plenário. O tribunal saberá como encaminhar o assunto", afirmou o ministro.

De acordo com ele, o estabelecimento de um limite para doações empresariais é um tema que deve ser discutido pelo Congresso, em uma futura regulamentação da questão. O teto de doação não precisa constar na proposta em trâmite sobre financiamento porque, segundo o ministro, não necessita de alteração constitucional.

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O texto aprovado em primeiro turno na Câmara inclui na Constituição a previsão de financiamento de empresas a partidos e de pessoas físicas a candidatos. Gilmar Mendes, que é vice-presidente do TSE, vê a distinção estabelecida entre partidos e candidatos como algo que já acontece na prática. "Já acontece hoje a doação a partidos, pois muita gente não quer fazer a doação ao candidato", afirmou o ministro.

Coincidência

Dias Toffoli disse que uma eventual unificação das eleições - ponto em discussão na reforma política - preocupa. Segundo Toffoli, uma decisão nesse sentido vai concentrar as demandas e processos em um determinado período. Ele frisou, no entanto, que a Justiça Eleitoral sempre cumpriu e vai cumprir as determinações previstas em lei e o que o Congresso deliberar.

Questionado se o ideal era não ter a coincidência de mandatos, Toffoli respondeu: "Evidentemente que dilui a demanda, a cada dois anos tendo eleições. Por exemplo, as eleições de prefeitos em 2012 tiveram entre prefeitos e vereadores candidatos 535 mil candidaturas. A unificação das eleições pode elevar esse número a casa de milhões." Ele não quis comentar se a unificação baratearia o custo das campanhas. "A questão é para a Justiça Eleitoral a concentração de trabalho. É a única questão que a Justiça Eleitoral coloca."

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Toffoli destacou que, numa primeira avaliação, é extremamente positivo o fato de o Congresso estar debatendo e votando a reforma política. "Há muitos anos se falava e se fala sobre a necessidade da reforma política, mas não se colocava em votação. Então é importante que se está votando", disse, ao ressalvar que uma avaliação final só pode ser feita após a conclusão da votação da reforma pelo Congresso.

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