Para Falcão, financiamento empresarial foi 'porta de entrada' para desvios no PT
São Paulo - O financiamento empresarial foi "a porta de entrada no partido para muitos desvios da política tradicional", é o que dirá o presidente Rui Falcão, em seu discurso na abertura, no Congresso do PT, na noite desta quinta-feira, 11. O presidente petista sinalizará que o veto do partido às doações de empresas, decidido em abril, será ratificado apenas na próxima reunião do diretório nacional.
"Um partido diferente, como o PT sempre foi e é, não podia continuar acomodado a esta situação", dirá Rui. Na prática, apreciação da decisão na próxima reunião do diretório representa um adiamento, uma vez que o anunciado era que o tema seria decidido no congresso.
Imediatamente, Falcão pede para que o partido trabalhe para barrar a constitucionalização do financiamento empresarial, aprovado em primeira votação na Câmara dos Deputados "após um vergonhoso golpe regimental". As mudanças que foram aprovadas em primeiro turno na Câmara são chamadas de "contrarreforma".
O presidente do PT pede ainda a convocação de uma constituinte exclusiva para aprovar a reforma política. A proposta já foi feita pela presidente Dilma Rousseff durante as manifestações de 2013 e enfrentou forte resistência no Congresso Nacional. "Queremos defender nossa proposta do financiamento público exclusivo, do voto em lista com paridade de gênero e da ampliação da participação popular na definição e execução das políticas públicas", dirá Rui no discurso.