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Política

'Considerava um grande amigo', diz ex-gerente da Abreu e Lima sobre delator

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
audima
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São Paulo - O ex-gerente geral da Refinaria do Nordeste (RNEST) Glauco Colepícolo Legatti afirmou à Justiça Federal que não ganhou propinas da Galvão Engenharia. Ele negou que tenha recebido R$ 400 mil do engenheiro Shinko Nakandakari, um dos 15 delatores da Operação Lava Jato. O próprio Shinko declarou, em sua delação, que pagou os R$ 400 mil a Legatti, parceladamente, "a pedido da Galvão Engenharia".

"Eu o (Shinko) considerava um grande amigo", declarou o ex-gerente da Refinaria Abreu e Lima em audiência, em 26 de maio deste ano, ao juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações criminais sobre esquema de corrupção e propinas na Petrobras. Legatti ocupou o cargo na Abreu e Lima durante seis anos, entre 2008 e 2014 - foi afastado oito meses depois da deflagração da fase ostensiva da Lava Jato.

Ele depôs como testemunha nos autos do processo que envolve a Galvão Engenharia, uma das empreiteiras sob suspeita de ter formado cartel para se apossar de contratos bilionários da estatal petrolífera. Uma advogada o questionou na audiência.

"Foi procurado ou apresentado alguma vez a algum representante externo que não fosse funcionário da Galvão Engenharia?"

"Não", respondeu Legatti.

"Recebeu algum valor da Galvão Engenharia?"

"Não"

"De alguma empresa do grupo?"

"Não."

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Em sua delação, Shinko Nakandakari afirmou à força tarefa do Ministério Público Federal que ofereceu 'na cara e na coragem' propina para o então gerente geral da RNEST. Segundo o delator, na Petrobras 'era muito difícil aprovar aditivo (aos contratos)'.

Shinko disse que pagou os R$ 400 mil "a pedido" da empreiteira Galvão Engenharia.

"Glauco não facilitava nada. Para que esse aditivo fosse aprovado é que era pago o valor para Glauco."

Ao todo, segundo Shinko, foram repassados R$ 400 mil para Legatti, valor pago 'em parcelas'. O primeiro pagamento teria ocorrido em junho de 2013. "A princípio a reação de Glauco não foi natural, em nenhum momento eu tinha tido esse tipo de relacionamento com ele", disse Shinko Nakandakari.

Os pagamentos para o então gerente geral da Abreu e Lima ocorreram principalmente ao longo de 2014, afirma o delator. No dia do primeiro encontro, disse Shinko Nakandakari, "sentiu que Glauco iria aceitar o suborno".

No segundo encontro, Nakandakari levou R$ 50 mil em dinheiro vivo. Segundo ele, o então gerente da Refinaria Abreu e Lima aceitou a propina. Os encontros ocorriam em hoteis no Rio. O primeiro foi no Sofitel, depois no Hotel Cesar Park. Os pagamentos ocorriam em intervalos de 30 e 60 dias, "alguns com valores maiores, outros menores".

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Em seu depoimento à Justiça Federal, como testemunha, Glauco Legatti foi categórico. Ao ser indagado se, de fato, encontrou-se com o delator em hotéis de luxo no Rio, Glauco Legatti admitiu e relatou uma antiga amizade, segundo ele, iniciada há cerca de quinze anos.

"Ele (Shinko) era meu amigo pessoal desde os anos 2000, independente de qualquer negócio. Eu conheci o senhor Shinko nos anos 2000 quando ele era diretor da empresa Talude, diretor ou dono da empresa Talude. Depois que ele tinha trabalhado comigo, a gente tinha desenvolvido uma amizade pessoal e, então, eu o considerava um grande amigo. E esse era meu relacionamento com o senhor Shinko."

Sobre os encontros em hotéis de luxo do Rio, como o Cesar Park, Legatti declarou. "Eu encontrei com ele num café da manhã que eu tive com ele lá no Cesar Park. Não sei exatamente qual é o andar que foi esse café da manhã."

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"Encontrei com ele no bar. Nós tínhamos uma relação de amizade. Sempre ele (Shinko) vinha aos finais do ano, inicialmente com a mulher dele, e sempre nós jantávamos eu, a minha esposa, ele e a mulher dele", afirmou sobre o encontro no Sofitel.

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