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Política

'Talvez ele volte para a prisão', diz advogado de Dirceu

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
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Brasília - O criminalista Roberto Podval, defensor de José Dirceu, disse nesta terça-feira, 2, acreditar que o ex-ministro da Casa Civil (Governo Lula) deve logo retornar à prisão.

"Talvez ele volte para a prisão. Eu diria até provavelmente que ele vai voltar para a prisão e, provavelmente, num curto espaço de tempo", declarou Podval logo após o Supremo Tribunal Federal, por três votos a dois, revogar o decreto de prisão preventiva que pesava contra o petista na Operação Lava Jato.

"Talvez ele fique muito pouco tempo em liberdade, talvez ele volte para a prisão", declarou o defensor, em alusão ao cerco sem tréguas que os investigadores impõem ao ex-ministro.

Podval, no entanto, fez uma ressalva. "Mais importante do que ele (Dirceu) voltar ou não para a prisão era a gente ter essa decisão que mostrou que ele não precisava estar preso."

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"Esse homem ficou injustamente preso dois anos porque como definiram que ele podia cumprir com qualquer medida que não a prisão, o que ficou claro aqui é que ele está dois anos preso sem necessidade. Para ele, mais do que tudo, vale essa resposta."

O ex-ministro estava preso desde 3 de agosto de 2015 e, em duas ações penais, pegou 32 anos e um mês de condenação aplicada pelo juiz federal Sérgio Moro, de Curitiba.

"A partir de agora, a ordem (do Supremo) vai ao juiz de primeira instância, o dr. Sérgio Moro, que vai definir quais são as medidas cautelares a serem adotadas para o caso. A partir daí é com ele", disse Podval.

O defensor de Dirceu criticou a nova denúncia criminal que a força-tarefa do Ministério Público Federal na Lava Jato apresentou à Justiça Federal na manhã desta terça, horas antes de o Supremo dar início ao julgamento do habeas corpus do ex-ministro da Casa Civil - desta vez, na terceira denúncia criminal contra Dirceu, os procuradores atribuem ao petista recebimento de propina de R$ 2,4 milhões de duas empreiteiras e a prática de 33 crimes de lavagem de dinheiro.

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"A gente ainda vai tomar ciência (da nova denúncia). Efetivamente, foi uma tentativa de intimidação para a defesa, uma tentativa de intimidação ao próprio Supremo. Isso não se faz. Tudo isso é sério demais para ser levado assim. Está mais do que na hora de esses procuradores, e só são alguns procuradores, começarem a pensar de forma maior."

O advogado seguiu. "Não se brinca, isso não é um jogo. Eles (procuradores) estão brincando, estão jogando com isso. Justiça não é isso, é mais do que isso. Se qualquer advogado fizesse o papel que eles fizeram, certamente nós estaríamos punidos pela Ordem dos Advogados do Brasil."

Sobre o resultado do julgamento no Supremo, três votos a dois, o advogado disse. "Esperava unanimidade, mas é um bom resultado. Foi pedido como pedido alternativo às medidas cautelares. Foi adotado. É o que era possível, eu diria, nesse momento."

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"O triste disso tudo é porque dois anos depois se decidiu que José Dirceu não precisava estar preso. Isso quer dizer: ele ficou dois anos preso sem necessidade."

O advogado elogiou o ministro Gilmar Mendes, cujo voto foi decisivo para garantir a volta de Dirceu à liberdade - o julgamento do habeas estava empatado em dois a dois na sessão da Segunda Turma da Corte.

"Muitos petistas, inclusive, criticavam o Gilmar Mendes e a decisão foi dele. Veja que ele está acima de qualquer conotação partidária e esteve neste julgamento. O bonito disso tudo é a gente saber que, independentemente dos partidos políticos, de direita e esquerda, centro, seja lá o que for, aqui no Supremo, pelo menos aqui, a gente está alheio a essas discussões politico-partidárias. Isso dá uma segurança muito grande para nós, advogados. É muito bom saber que é assim que as coisas caminham por aqui."

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