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Política

Odebrecht vai depor sobre Peru e México

Nesta segunda-feira (15), o Ministério Público Federal atenderá um pedido de cooperação do Peru e colherá depoimentos dos executivos

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
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A Odebrecht reconheceu o pagamento de subornos milionários Foto: Divulgação
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Após as delações do ex-presidente da Odebrecht Marcelo Odebrecht e do ex-presidente da OAS José Adelmário Pinheiro Filho, Léo Pinheiro, sobre os esquemas de corrupção ligado às construtoras no Brasil, os empresários começam a ser questionados também sobre esquemas de corrupção na América Latina.

O Ministério Público Federal atenderá nesta segunda-feira, 15, a um pedido de cooperação do Peru e colherá depoimentos dos executivos sobre o envolvimento de suas empresas no sistema político em Lima. Na quinta-feira, Marcelo voltará a ser ouvido, em um acordo de cooperação com o México.

A medida inaugura, na avaliação de procuradores estrangeiros, uma fase inédita de cooperação intensa entre Brasil e países vizinhos sobre o papel das construtoras brasileiras nos sistemas políticos da região.

A Odebrecht, que reconheceu o pagamento de subornos milionários a políticos e funcionários em troca de licitação de obras, desembolsou no Peru US$ 29 milhões em propinas entre 2005 e 2014. O caso coloca sob investigação os governos de Alejandro Toledo, que está foragido da Justiça, além de Alan García e Ollanta Humala.

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Ex-presidente da maior construtora do Brasil, Marcelo já revelou, em delação premiada à Operação Lava Jato, que o Setor de Operações Estruturadas - departamento da propinas - do grupo pagou US$ 3 milhões para a campanha eleitoral que elegeu, em 2010, Humala presidente do Peru.

O líder do Partido Nacionalista Peruano contou com assessoria do marqueteiro do PT João Santana, preso e delator na Lava Jato. De acordo com a delação de Marcelo, o pagamento à campanha de Humala foi intermediado pelo ex-ministro Antônio Palocci, também preso preventivamente por decisão do juiz federal Sérgio Moro.

Em recente entrevista, o atual presidente do Peru, Pedro Paulo Kuczynski, admitiu que a economia nacional deve sofrer grande impacto em razão da paralisação de projetos da Odebrecht no país. Segundo ele, as obras serão vendidas ou licitadas novamente.

 

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Em relação ao México, Marcelo voltará a ser ouvido para dar mais informações sobre trechos de sua delação. Em depoimento, um nome revelado foi o de Emilio Lozoya, que teria recebido US$ 5 milhões quando era presidente da Pemex, a estatal do petróleo do México, como contrapartida a benefícios indevidos obtidos pela Odebrecht.

Falsos contratos

Pinheiro deve ser questionado sobre as informações prestadas nas delações de Roberto Trombeta em 2015, contador do caixa 2 da OAS, em que ele relatou a movimentação de dinheiro ilegal da empreiteira no Peru.

Trombeta disse ter lavado R$ 14,6 milhões para a OAS no Peru e também no Equador, abrindo empresas offshores e fazendo falsos contratos. O ex-funcionário contou que o caminho usado foi uma empresa no Chile, que emitiu um contrato de US$ 6,1 milhões por "serviços fictícios de consultoria técnica".

Segundo o depoimento de Trombeta, a empresa transferiu esses recursos à espanhola DSC Workshop Obras Construcciones e Promociones SL, que recebeu US$ 5.996.250.

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O dinheiro teria ainda transitado pela conta de uma empresa holandesa até chegar à conta de outra empresa, a Kingsfield. De acordo com Trombeta, a Kingsfield tinha conta no Banco de Andorra (BPA), onde recebeu o total de US$ 5.760.250. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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