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Política

'Lula tinha pleno conhecimento de tudo', diz Duque sobre corrupção na Petrobras

Duque relatou ao juiz federal Sérgio Moro, em Curitiba, três encontros pessoais com Lula, o último em 2014, quando a Operação Lava Jato já estava nas ruas

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
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Lula "tinha o comando", segundo Renato Duque Foto: Divulgação
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São Paulo - O ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque afirmou nesta sexta-feira, 5, que o ex-presidente Lula "tinha pleno conhecimento de tudo, tinha o comando" do esquema de corrupção instalado na estatal petrolífera. Duque relatou ao juiz federal Sérgio Moro, em Curitiba, três encontros pessoais com Lula, o último em 2014, quando a Operação Lava Jato já estava nas ruas.

"No último encontro, 2014, já com a Lava Jato em andamento ele (Lula) me chama em São Paulo. Tem uma reunião no hangar da TAM no Aeroporto de Congonhas e ele me pergunta se eu tinha uma conta na Suíça com recebimentos da empresa SBM", contou Duque.

Segundo o executivo - preso na Lava Jato e condenado a 20 anos por corrupção e lavagem de dinheiro em uma ação penal -, Lula teria dito que a então presidente Dilma Rousseff "tinha recebido informação que um ex-diretor da Petrobras teria recebido dinheiro numa conta na Suíça, da SBM".

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"Eu falei não, não tenho dinheiro da SBM nenhum, nunca recebi dinheiro da SBM. Aí ele vira para mim fala assim 'olha, e das sondas tem alguma coisa?' E tinha né, eu falei não, também não tem."

Duque atribuiu ao ex-presidente a seguinte frase: "Olha, presta atenção no que vou te dizer. Se tiver alguma coisa não pode ter, entendeu? Não pode ter nada no teu nome entendeu?"

"Eu entendi, mas o que eu ia fazer? Não tinha mais o que fazer. Aí ele falou que ia conversar com a Dilma, que ela estava preocupada com esse assunto e que ia tranquilizá-la", relatou Duque.

"Nessas três vezes ficou claro, muito claro para mim, que ele tinha pleno conhecimento de tudo, tinha o comando", acrescentou o ex-diretor.

Foi Duque quem pediu para ser novamente ouvido por Moro. O candidato a delator assumiu que cometeu "ilegalidades". "Mas quero pagar pelas ilegalidades que eu cometi. Se for fazer uma comparação com o teatro, da situação que a gente vive, sou um ator, tenho papel de destaque nessa peça, mas não sou nem o diretor, nem o protagonista dessa história." Ele afirmou ainda que quer "passar essa história a limpo".

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