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Política

Temer revê planos de equipe de 'notáveis'

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
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Brasília - As dificuldades encontradas na montagem de um novo governo levou o vice Michel Temer (PMDB) a revisar a intenção de contar com uma equipe de "notáveis" e reduzir o Ministério. Os dois itens foram defendidos como prioritários pelo peemedebista antes do início das negociações com os partidos que devem compor a nova base aliada, após um eventual afastamento da presidente Dilma Rousseff.

Na lista de nomes praticamente confirmados por Temer estão o senador Romero Jucá (PMDB-RR) e os ex-ministros Geddel Vieira Lima e Henrique Eduardo Alves, todos citados na Operação Lava Jato. Apesar disso, Temer disse publicamente que o fato de ser investigado não é impeditivo para a indicação ao Ministério.

Além disso, o fator Lava Jato tem sido uma barreira para a definição de um titular para a Justiça, pasta à qual está subordinada a Polícia Federal. Há ressalvas em escolher alguém ligado aos partidos com parlamentares investigados. Fora isso, nomes sondados para o cargo, como do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Carlos Ayres Britto, têm recusado a ideia. "A minha contribuição no serviço público já foi dada", disse Britto.

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Na lista inicial de notáveis também estava o cirurgião paulista Raul Cutait, que ocuparia, na cota do PP, a pasta da Saúde. O nome dele foi barrado pela bancada do partido na Câmara, que quer indicar um deputado ao cargo.

'Fatura amiga'

À medida que avançam as negociações, Temer não está livre nem dos embaraços criados pela própria bancada do PMDB da Câmara. Contrariados com a possibilidade de perderem os Ministérios da Saúde e da Ciência e Tecnologia, deputados cobram para serem compensados por pastas do mesmo porte.

"Não queremos abrir mão do espaço que nós temos. Não podemos pelo fato de termos presidente ficar para trás", afirmou o deputado licenciado Edinho Bez (PMDB-SC), após participar ontem de reunião da bancada com Geddel e o ex-ministro Eliseu Padilha, articuladores de Temer.

Na saída do encontro, Geddel deu o tom sobre as dificuldades enfrentadas. "Problemas sempre têm. Se não tivesse, estava desempregado", afirmou.

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Como alternativa pela perda de espaço, representantes da bancada do PMDB da Câmara querem que Temer adote o mesmo modelo de distribuição de cargos usado pelo governo do PT, em que "aliados" indicam o titular da pasta e o partido do presidente, os cargos do segundo e terceiro escalões. Por essa lógica, criticada no passado pelos próprios peemedebistas, lideranças do partido estão de olho em superintendências estaduais da Educação, do Transporte e da Agricultura, que devem ter ministros de DEM, PR e PP, respectivamente.

Sem redução

Diante dessa pressão, Temer começou a indicar que não pretende fazer cortes radicais no número de ministérios. No passado recente, o PMDB chegou a pregar a existência de apenas 20 pastas, em vez das atuais 32. Aos deputados da legenda, o vice disse nesta quarta-feira, 4, que deve aguardar o período de três meses na Presidência para decidir sobre possíveis cortes. "Como eu vou assumir provisoriamente, vou aproveitar para ver isso e depois as pessoas terem o direito de me cobrar", disse o vice, segundo o deputado Jarbas Vasconcelos (PE).

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Apesar dos problemas, Temer fez avançar algumas negociações para acomodar os indicados dos partidos. Além de ministérios, o PP quer comandar a Caixa Econômica Federal e, para tanto, indicará o ex-ministro Gilberto Occhi, que é funcionário de carreira do banco. Para a pasta de Direitos Humanos, como forma de atrair o bloco de partidos nanicos da Câmara, Temer sondou a deputada Renata Abreu (PTN-SP), vice-presidente nacional da sigla. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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