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Política

Suíça pede ajuda ao Panamá para investigar repasses da Odebrecht

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
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Genebra - A Suíça investiga o pagamento de supostas propinas pela Odebrecht no Panamá. O Ministério Público em Berna informou ao jornal O Estado de S. Paulo que, em fevereiro, solicitou às autoridades panamenhas cooperação em investigações e inquéritos sobre o envolvimento da empresa brasileira em esquemas de corrupção. Eles incluem o ex-presidente do país centro-americano Ricardo Martinelli e outros políticos cujos nomes não foram revelados.

"No contexto do processo criminal Petrobras/Odebrecht, o escritório do procurador-geral da Suíça solicitou ao Panamá assistência legal mútua", informou o Ministério Público suíço. "Esse pedido se refere a várias empresas, entre elas várias conectadas ao grupo Odebrecht." Segundo os procuradores, pessoas físicas também estão sendo investigadas, incluindo dois filhos de Ricardo Martinelli.

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Na Suíça, uma das principais linhas de investigação está ligada ao ex-executivo da Odebrecht Fernando Migliaccio, detido em Genebra em fevereiro tentando esvaziar uma conta num banco local. Ele é suspeito de ser um dos elos entre a construtora e pagamentos de propina, inclusive usando empresas no Panamá como canal.

Segundo o jornal panamenho La Prensa, o brasileiro é "chave" nas investigações para determinar o destino do dinheiro. Ele teria utilizado a offshore Constructora Internacional del Sur, no país centro-americano, para pagar propinas e movimentar mais de US$ 40 milhões.

A Odebrecht é hoje a maior empresa estrangeira com contratos no Panamá, avaliados em mais de US$ 8,5 bilhões e, segundo os investigadores, o país estaria no centro do esquema montado para o pagamento de propinas no âmbito da Operação Lava Jato.

Em sua delação premiada, o ex-gerente executivo de engenharia da Petrobras Pedro Barusco afirmou à Polícia Federal que a construtora depositou parte das propinas em contas no Panamá. Entre maio e setembro de 2009, ele indicou a transferência de US$ 916.697 para uma conta da Constructora Internacional del Sur. Dali, o dinheiro seguiu para Barusco.

Aproximação

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A onda de licitações vencidas pela Odebrecht coincidem com o momento em que Brasil e Panamá intensificaram suas relações, a partir do segundo mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Em agosto de 2007, Lula visitou o Panamá ainda sob o comando de Martín Torrijos. Em 2009, foi a vez do então ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, viajar para um encontro com o novo presidente, Martinelli. Naquele momento, o panamenho pediu uma linha de crédito do BNDES de US$ 1 bilhão para obras públicas no país. Mas o dinheiro, segundo o BNDES, jamais foi liberado.

Em 2010, a Odebrecht venceu a licitação para as obras do metrô do Panamá, o primeiro da América Central. Procurada, a Odebrecht afirmou que não iria se pronunciar em relação às declarações do MP da Suíça sobre o pedido de cooperação com o Panamá para investigá-la.

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