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Política

Presidencialismo brasileiro não contempla o remédio do recall, diz Requião

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
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Brasília - Antes de declarar voto contra a "besteira, a monumental asneira do impeachment da presidente da República neste momento", o senador Roberto Requião (PMDB-PR) afirmou, no pronunciamento na sessão da Comissão Especial de Impeachment que avalia o afastamento de Dilma Rousseff (PT), que o "presidencialismo brasileiro não contempla recall ou referendo revogatório". Para o parlamentar, dissidência do PMDB, não há crime de responsabilidade que justifique o impeachment.

Requião, no entanto, admitiu que todos concordam que o governo tem dificuldade de sobreviver por falta de apoio, mas há o questionamento se o impeachment é a saída para a crise política e econômica. "Meu amigo Michel Temer assume suportado por série de ideias da 'Ponte para o Futuro' e reveladas em entrevistas por auxiliares que são as da utopia neoliberal com corte de gastos, a mesma proposta que fracassou em outros países".

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O senador afirmou ainda que foi cabo eleitoral de Dilma e se sentia frustrado porque compromissos de campanha não foram cumpridos. "(Dilma) cumpriu o arrocho fiscal do PSDB e agora todo o grupo de oposição é contra. Os remédio do PSDB é o remédio da Dilma elevado à décima potencia", concluiu.

Crivella

O senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) começou seu discurso informando que sentia muito pesar em anunciar que votaria a favor da abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. O senador, aliado do governo, manteve posição contra o impeachment até que o seu partido fechasse questão a favor do afastamento.

"Não restam dúvidas de que a presidente é honesta, mas também não restam dúvidas de que há indícios de crime de responsabilidade em sua gestão", argumentou o senador. Ele esclareceu, entretanto, que votava pela abertura do processo, sem dar garantias de que votaria também pelo impeachment da presidente na fase final do processo.

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"O voto que profiro agora não é de condenação da presidente, mas de abertura do processo que passa a ser conduzido, como um julgamento, pelo presidente do STF. Quero que seja garantido todo o direito ao contraditório", alegou.

Bispo licenciado, o senador Crivella fechou sua fala fazendo citações bíblicas. Ele diferenciou o "Deus justo", bondoso, do "justiceiro", que age com ódio e deseja o sofrimento. "Peço a Deus que sejamos justos e não justiceiros", encerrou Crivella.

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