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Política

MP 664 é aprovada em comissão mista com exigências mais brandas a benefícios

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
audima
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Brasília - O relatório do deputado Carlos Zarattini (PT-SP) que reduz a carência de contribuição previdenciária para que o cônjuge tenha direito pleno à pensão por morte foi aprovado nesta terça-feira, 5, em audiência da comissão mista que analisa a Medida Provisória nº 664. A MP segue agora para o plenário da Câmara dos Deputados e pode já ser analisada na quarta-feira, 6.

Com as alterações feitas pelo relator, o governo deve abrir mão de R$ 1 bilhão em economia com as restrições aos benefícios. O deputado deixou mais brandas as exigências da medida provisória enviada pela presidente Dilma Rousseff no fim do ano passado.

O novo texto prevê um mínimo de dois anos de casamento e um ano e meio de contribuição. A medida provisória original, enviada ao Congresso no fim do ano passado, determinava um mínimo de dois anos de casamento e dois anos de contribuição. Antes, não havia tempo mínimo de contribuição para ter direito ao benefício nem prazo mínimo de casamento ou união estável.

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Outra alteração que Zarattini fez no texto foi incluir direito a quatro meses de pensão quando o tempo de casamento ou de contribuição foram inferiores ao necessário para ter o benefício.

Enquadramento

Algumas situações não se enquadram às novas regras: se houver filho ou irmão menor de 21 anos, se o cônjuge for inválido ou tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave ou se o falecimento decorrer de acidente de qualquer natureza ou doença profissional.

O deputado fez modificações na relação entre as faixas de idade e o tempo da pensão. Até 21 anos, o cônjuge continua tendo direito a três anos do benefício. De 21 a 26 anos, passa a ter direito a seis anos; de 27 a 29, a dez anos; de 30 a 40 anos, a 15 anos; de 41 a 43 anos, a 20 anos; de 44 anos adiante, pensão vitalícia.

A regra em vigor atualmente, colocada na MP, é a seguinte: até 21 anos, três anos do benefício; de 22 a 27 anos, seis anos; de 28 a 32 anos, nove anos; de 33 a 38 anos, 12 anos; de 44 anos ou mais, benefício vitalício.

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Ainda foi retirado o artigo que previa o pagamento de 60% da aposentadoria para o cônjuge mais 10% por dependente, até o limite de 100%. Zarattini informou que a retirada desse artigo reduz a economia estimada em R$ 755 milhões para este ano.

Por outro lado, o relator acrescentou um item pelo qual os trabalhadores que estão recebendo seguro-desemprego deverão contribuir para a Previdência Social. Dessa forma, o tempo em que estiver recebendo o benefício contará para o pedido de aposentadoria.

O relatório não modificou o item da MP que obriga a empresa a pagar o salário integral durante os 30 primeiros dias de afastamento. Antes, os 15 primeiros eram por conta da empresa, e o restante do INSS.

Economia

Ao todo, o governo esperava economizar R$ 18 bilhões em 2015 com as restrições aos benefícios previdenciários (MP 664) e trabalhistas (MP 665). No entanto, as alterações na outra medida também reduziram em outros R$ 2 bilhões a estimativa de economia. O governo se comprometeu a entregar superávit primário - economia para o pagamento dos juros da dívida - de R$ 66,3 bilhões neste ano.

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A Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) protestou na audiência pedindo aos deputados e senadores que derrubassem a MP. "Não ao retrocesso", diziam os cartazes levantados durante a votação.

Os parlamentares tentaram adiar mais uma vez a votação, com pedidos de vista, discussões sobre o regimento interno e outros tipos de requerimento, como votação nominal, mas não tiveram sucesso. O senador José Pimentel (PT-CE), presidente da comissão, foi acusado pelos colegas de passar pelos pedidos de adiamento da votação como um "trator". O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou que o governo espera que as duas MPs sejam aprovadas pelo Congresso até amanhã.

"A vaca tossiu e continua tossindo", ironizou o deputado Pauderney Avelino (DEM-AM) em referência à promessa da então candidata à reeleição Dilma Rousseff de que não mexeria em direitos trabalhistas "nem que a vaca tussa".

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"Os dois procedimentos - as MPs e o projeto que regulamenta a terceirização - são prejudiciais ao conjunto dos trabalhadores. Não é verdade que são medidas de correções de problemas nos benefícios. São medidas necessárias ao ajuste fiscal do governo", protestou o deputado federal Glauber Braga (PSB-RJ).

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