/1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_TOPO |
Política

Eleições na França têm participação estável

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
audima
audima
Foto: Agência Brasil
pp_amp_intext | /1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_02

Paris, 23/04/2017 - O temor de uma baixa participação do eleitorado no pleito presidencial da França parece estar sendo afastado nesse domingo (23). Até as 17 horas (horário local na França), 69,42% dos franceses já haviam participado do primeiro turno, que designará os dois finalistas da segunda rodada, em 7 de maio. Nas seções eleitorais no território continental, em territórios além-mar e no exterior, filas de espera de mais de uma hora foram registradas. Em Paris e no interior, os candidatos votaram ainda pela manhã, incluindo os favoritos Emmanuel Macron e Marine Le Pen.

Os números parciais da participação nas urnas foram divulgados pelo Ministério do Interior ao meio-dia e às 17h indicam uma participação forte, mas na média em comparação ao último pleito, em 2012. Há cinco anos, o índice às 12 horas havia sido de 28,29%, contra 28,54% neste ano. Às 17h, a participação foi de 70,59% há cinco anos, pouco superior a deste ano.

pp_amp_intext | /1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_03

De acordo com analistas, o temor de um alto índice de abstenção não estaria se confirmando, mesmo com o forte sentimento de rejeição aos partidos políticos tradicionais manifestado por grande parte do eleitorado. As urnas seguirão abertas até as 19h em pequenas e médias cidades e até as 20h em grandes metrópoles, como Paris, Lion ou Marselha.

Os dados divulgados pelo Ministério do Interior até 17h dão ao menos a certeza de que a participação será elevada, entretanto. Miriam Bourouna, 22 anos, estudante, foi uma das eleitoras que deixou para votar no final da tarde. "É a primeira vez que eu votei, porque nesse ano será importante. Na última eleição eu não votei por pensar que não serviria para nada", disse a jovem, que decidiu seu voto após acompanhar os debates pela TV e se informar sobre os programas de governo. "O que me dá medo é a ascensão dos extremos. Já vimos o que aconteceu nos Estados Unidos e espero que possamos evitar essa situação. Votei em um candidato moderado, com boas ideias ", contou.

pp_amp_intext | /1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_04

Eleitor do candidato conservador François Fillon, do partido Republicanos, Jacques M. se disse desmotivado. "Votei para cumprir o meu dever, mas sem entusiasmo. A campanha foi patética. Os escândalos, o ambiente, a mentalidade dos candidatos, tudo foi patético. Não foi à altura de um país como a França ", reclamou. Segundo ele, mesmo atingido em cheio por escândalos de corrupção, Fillon é o candidato "mais sério". "A situação é grave. Estamos diante de aventureiros, e a maior parte não é sério. Fillon é o mais sério, mas seu programa é muito agressivo. Na França não se reforma a golpes de machado, mas com uma lima ", diz ele. Sua mulher, Sophie, lamentou a falta de entusiasmo com os franceses estão indo às urnas. "A cada eleição eu venho votar, porque é nosso dever. Mas não havia nada de entusiasmante nessa campanha ", avalia. "Foi triste perceber que a França está tão dividida", disse ela.

pp_amp_intext | /1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_05

Proibidos de realizar campanha eleitoral, os 11 candidatos ao Palácio do Eliseu transformaram o momento de seus votos em atos políticos. Quatro são considerados favoritos: o social-liberal Emmanuel Macron, a nacionalista Marine Le Pen, o conservador François Fillon e o populista de esquerda Jean-Luc Mélenchon. Pesquisas eleitorais de boca-de-urna seguem proibidas até as 20h, mas existe a expectativa de que os primeiros números possam ser divulgados em veículos de informação no exterior e nas redes sociais.

A campanha eleitoral de 2017 foi marcada pela eliminação de nomes históricos da política francesa, como os ex-presidentes François Hollande e Nicolas Sarkozy, os ex-primeiros-ministros Allain Juppé e Manuel Valls, e por escândalos de corrupção envolvendo Fillon e Le Pen.

Na reta final, porém, o grande tema foi a segurança, já que o país foi alvo de um novo atentado cometido na noite de quinta-feira passada, na Avenida Champs-Elysées, no centro de Paris. Um policial morreu no ataque cometido por um criminoso reincidente, que foi reivindicado pelo grupo terrorista Estado Islâmico.

pp_amp_intext | /1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_06

A votação na França acontece sob forte esquema de segurança. Mais de 50 mil policiais de militares e civis estão nas ruas e seções eleitorais para proteger os eleitores.

/1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_FINAL_DA_MATERIA |
/1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_FINAL_DA_MATERIA |

Nós utilizamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nossos serviços, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao utilizar nossos serviços, você concorda com tal monitoramento. Saiba mais sobre nossa Política de Privacidade.