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Política

Lava Jato investiga offshores do filho de Ronan Maria Pinto

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
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São Paulo - A força-tarefa da Operação Lava Jato descobriu duas offshores em nome do filho do empresário Ronan Maria Pinto, de Santo André (SP), Danilo Regis Fernando Pinto. Durante buscas da Carbono 14 - 27ª fase - no jornal Diário do Grande ABC, na sexta-feira, 1, foram apreendidos em uma "gaveta com chave na sala de Ronan Maria Pinto" documentação das offshores Topanga Hills LDT e da Manper Corporation.

"A simples propriedade de offshores declaradas por si só não é ilícita. Contudo, em princípio, não há razão lícita para a documentação da offshore estar no local de trabalho de Ronan Maria Pinto, numa gaveta fechada com chave, inexistindo motivo legítimo para o empresário estar na posse de tal documentação", afirmam os procuradores em manifestação que pediu ao juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações em primeiro grau da Lava Jato, a conversão da prisão temporária de Ronan Maria Pinto em custódia preventiva.

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Os procuradores anotam. "Há possibilidade de concreta de que as offshores em nome de Danilo Pinto possam ser utilizadas para a prática de crime por Ronan Maria Pinto, já condenado em primeira instância pelo pagamento de vantagem indevida a agentes públicos".

Segundo a força-tarefa, na residência de Ronan Maria Pinto foi apreendida "documentação relacionada à World Business Consultant Inc, tendo como procurador Ricardo Ono Hayana, com sede no Panamá".

Quebra

O Ministério Público Feral pediu ao juiz Moro para quebrar o sigilo bancário e fiscal de Danilo Regis Fernando Pinto entre 2010 e 2016, "a fim de analisar quais offshores estão declaradas".

"Num primeiro momento, a quebra bancária deverá ser restrita à declaração ao Banco Central da existência e remessa de capitais ao exterior, enquanto a quebra fiscal deverá abranger as DIRFs dos últimos cinco anos. Caso a medida seja deferida, o MPF se encarregará da expedição dos ofícios", solicita a força-tarefa.

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Os investigadores apuram por que Ronan Maria Pinto teria sido destinatário final de R$ 6 milhões de um empréstimo fraudulento de R$ 12 milhões do Banco Schahin ao pecuarista José Carlos Bumlai, em outubro de 2004.

Em depoimento à Polícia Federal na segunda-feira, 4, Ronan Maria Pinto afirmou que não possui contas no exterior, "diretamente ou indiretamente, inclusive através de pessoas jurídicas, das quais é sócio ou administra". O empresário afirmou "sabe que seu filho Danilo tem uma empresa em Miami".

"Não sabe o que a empresa faz; que a empresa foi usada para comprar um imóvel em Miami; que sabe que filho tem contas declaradas no exterior", relata a Procuradoria.

Segundo os procuradores, na declaração de imposto de renda de Ronan Maria Pinto, "constam tão somente suas quotas de participação nas empresas e modestos bens, incompatíveis com a condição de um grande empresário". A força-tarefa citou registros do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão de inteligência do Ministério da Fazenda.

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"De outro lado, os registros de inteligência financeira do Coaf, registram incontáveis movimentações volumosas e incompatíveis com a renda declarada no nome das pessoas jurídicas nas quais divide a administração com o seu filho Danilo Regis Fernando Porto proprietário das offshores mencionadas", anotam os procuradores da força-tarefa.

Preventiva

A Procuradoria pediu em manifestação ao juiz Moro a prisão preventiva de Ronan e do ex-secretário-geral do PT Silvio Pereira. Os dois foram presos temporariamente - por 5 dias - na Operação Carbono 14, etapa 27 da Lava Jato, na sexta-feira, 1. As custódias vencem hoje.

Os procuradores da Lava Jato pediram a Moro, caso a custódia não seja convertida para preventiva, a prorrogação da prisão temporária de Ronan Maria Pinto "para imprescindibilidade das investigações", até o resultado da quebra fiscal de Danilo Regis Fernando Pinto.

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