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Política

Estratégia do governo para tentar barrar impeachment é liberar créditos

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
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Brasília - O governo vai conceder empréstimos que há tempos esperam liberação para Estados e municípios na tentativa de conseguir apoio de senadores indecisos contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff. É uma estratégia diferente da adotada com os deputados, e que não obteve êxito. Em conversas reservadas, porém, ministros avaliam como "dificílima" a possibilidade de atrair votos capazes de reverter a tendência de afastamento da presidente, depois que a Câmara autorizou a abertura do processo, na votação do domingo, 17.

Na lista dos Estados que devem receber recursos estão Ceará e Piauí, no Nordeste, e Paraná, no Sul. Há também negociações envolvendo a liberação de empréstimo para Manaus (AM), capital na Região Norte.

A presidente Dilma Rousseff convocou para esta quarta-feira, 20, uma reunião com ministros do "núcleo duro" e líderes do PT, do governo e do Congresso no Senado, com o intuito de definir a estratégia de reação para salvar o seu mandato.

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O clima no Palácio do Planalto, porém, é de muito abatimento. Na noite desta terça, 19, centenas de mulheres do PT e de movimentos sociais, carregando rosas vermelhas e brancas, fizeram uma manifestação diante do Planalto gritando "Não vai ter golpe", "Fica, Dilma!" e "Fora, Cunha", numa referência ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Dilma saiu do gabinete para cumprimentá-las e, num gesto inusitado, desceu a rampa do Palácio em direção às manifestantes. "Eu estou de alma lavada", afirmou ela.

Nos bastidores, petistas dão como certa a aprovação do impeachment na Comissão Especial do Senado. A partir daí, preveem um calvário pela frente. Consideram que é muito remota a chance de vencer na primeira votação, no Senado, prevista para 12 de maio. E, se o governo perder essa batalha, a presidente será afastada por 180 dias.

Imagem eleitoral

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A cúpula do PT estuda até mesmo explorar a imagem de Dilma como "mártir" nas eleições municipais de outubro. A narrativa da "vitimização" de Dilma e também do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva já está sendo construída pelo PT e pode ser o fio condutor para o partido virar oposição, depois de 13 anos no poder.

Embora a avaliação majoritária seja a de que é muito improvável Dilma voltar ao Planalto se ficar 180 dias à espera do segundo julgamento no Senado, há uma pequena esperança de que, nesse período, o vice-presidente Michel Temer (PMDB) possa se inviabilizar no cargo.

"Se esse golpe se consumar, os movimentos sociais vão incendiar o País", disse o senador Lindbergh Farias (RJ). "Quem acha que vamos ter estabilidade está redondamente enganado", completou.

Nos próximos dias, o PT baterá novamente na tecla de que Temer é "sócio" de Cunha. A ideia dos petistas é mostrar que, se Temer assumir a Presidência da República e viajar, quem sentará na cadeira será Cunha, réu em ação penal autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), sob acusação de desvio de dinheiro em esquema de corrupção montado na Petrobras.

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"O PT deveria saber que não é com ameaça nem com chantagem que vamos resolver o problema do País", afirmou o senador Romero Jucá (PMDB-RR), presidente em exercício do PMDB. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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