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Política

PGR determina apuração sobre eventual obstáculo em inquérito de Cristiane Brasil

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
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A Procuradora-Geral da República, Raquel Dodge, determinou que seja apurado se houve algum obstáculo às investigações contra a deputada federal Cristiane Brasil (PTB), na denúncia por suposta associação ao tráfico de drogas. Conforme o jornal O Estado de S. Paulo publicou no dia 3 de fevereiro, um inquérito criminal foi aberto contra a deputada na Polícia Civil do Rio, depois que o órgão e o Ministério Público do Rio receberam denúncias de que Cristiane teria se associado a traficantes de Cavalcanti, bairro pobre da zona norte da cidade e uma das bases eleitorais da deputada, em troca de votos para aliados. A denúncia, no entanto, ficou paralisada por oito anos.

Dodge encaminhou os ofícios, nesta terça-feira, 27, para as corregedorias do Ministério Público Estadual do Rio e da Polícia Civil. Para ela, o fato de a denúncia ter ficado parada tanto tempo prejudicou as investigações sobre o caso.

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"É inadmissível que uma investigação se protraia por quase oito anos, com a realização de apenas uma diligência. Durante todo este período, o responsável pelo caso não tomou providência, mesmo tendo acesso aos autos por 11 vezes, tendo se limitado apenas a conceder prazo para continuidade das investigações, sem indicação de diligências", escreveu a procuradora, na decisão. "Neste cenário, deve ser realçado que passaram-se quase oito anos desde a apresentação da notitia criminis, sem nenhuma linha investigativa definida ou de elementos probatórios a direcionarem a apuração de um crime cuja dinâmica é de constante mutação, como o de associação para o tráfico", completou.

As denúncias também acusavam o ex-cunhado de Cristiane, o deputado estadual Marcus Vinicius (PTB), e três assessores da deputada na época de envolvimento no caso. O inquérito ficou parado na Polícia Civil e só foi remetido pelo delegado titular da Delegacia de Combate às Drogas, Felipe Curi, e pelo Ministério Público Estadual ao Ministério Público Federal depois que o Estado entrou em contato com as assessorias de imprensa dos dois órgãos. O inquérito chegou ao MPF, no entanto, sem que nenhuma investigação tivesse sido feita.

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Cristiane nunca foi ouvida e Marcus Vinicius só foi chamado para depor dois anos após a abertura do inquérito, quando negou as acusações. Desde então, a Polícia Civil não promoveu nenhum andamento para investigar o caso. Dodge também ressaltou que o inquérito ficou parado na esfera estadual, mesmo quando Cristiane ganhou foro privilegiado, assim como o seu ex-cunhado, Marcus Vinicius.

"A situação é ainda mais injustificável, se considerar que havia referência a dois possíveis investigados com prerrogativa de foro, um no Tribunal de Justiça, em 2010, e outra que passou a ser no STF, desde fevereiro de 2015. Ou seja, o responsável tardou oito e três anos para, no domínio da investigação, declinar sua atribuição". "Em idêntica situação estão os delegados de polícia que atuaram na investigação. É injustificável que uma autoridade policial, por mais demandas que tenha em sua delegacia, realize apenas uma única diligência durante um lapso temporal tão extenso", completou.

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Por conta disso, ela afirmou que não vislumbraria, neste momento, "embasamento mínimo para deflagrar medidas investigativas para instaurar inquérito em desfavor da parlamentar federal" e remeteu o processo ao Ministério Público do Rio para apurar. "Caso surjam elementos que vinculem a deputada federal Cristiane Brasil aos fatos apurados, deverá ocorrer a imediata comunicação a esta Procuradoria Geral da República", determinou.

Em um áudio enviado para os seus assessores, Cristiane comemorou a decisão. Ela disse ter sido chamada pelo procurador da República, Carlos Vilhena, secretário de relações institucionais da Procuradoria, "que trabalharia direto com a Raquel Dodge", segundo a parlamentar. "Ele me chamou lá para dizer que a Raquel Dodge considerou a denúncia contra mim um tremendo de um absurdo e disse que não tem nenhum elemento que justifique que o inquérito contra mim na procuradoria", comemorou Cristiane, em áudio obtido pela reportagem. No fim da gravação, enviada por Cristiane por um aplicativo de celular, ela também cita que Dodge encaminhou o processo para as corregedorias do Ministério Público do Rio e "dos delegados" para analisarem por que o inquérito ficou parado por tanto tempo sem diligências.

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