Transparência Internacional pede que Congresso aprove pacote anticorrupção
Brasília - A Transparência Internacional, organização civil contra a corrupção, fez em nota um apelo para que o Congresso aprove o pacote anticorrupção proposto pelo governo federal na última quarta-feira (18). O Planalto anunciou um pacote de sete medidas, plano prometido durante a campanha eleitoral. O projeto é apontado pela organização como um plano com várias "medidas fortes", porém com ações que já "deveriam ter sido implementadas há muito tempo". "Entretanto, é apenas um modesto primeiro passo", aponta a Transparência Internacional, sobre o enfrentamento da corrupção no Brasil.
A ONG pede também que o Congresso aprove o projeto de lei de reforma político proposto pela Ordem dos Advogados do Brasil, para limitar doações empresariais aos partidos. "Os brasileiros vêm demonstrando a sua indignação contra a corrupção generalizada em vários protestos. No último fim de semana, cerca de um milhão de brasileiros saiu às ruas para protestar contra a corrupção", diz a nota da Transparência Internacional. A Operação Lava Jato, que revelou o esquema de corrupção na Petrobras, é citado pela ONG que destaca as alegações de "suborno entre importantes políticos e empresas do País".
"Os brasileiros já sofreram demais sob um sistema onde um clientelismo desenfreado, uma abordagem ao combate à corrupção fragmentada e contribuições empresarias a campanhas políticas sem qualquer tipo de restrição se tornaram as marcas de um sistema político profundamente precário. O pacote anticorrupção oferecido pela Presidenta é um bom começo, mas não é suficiente por si só. Deve ser complementado por uma reforma política rigorosa", diz em nota o presidente da Transparência Internacional, José Ugaz.
A ONG cobra uma "reforma da administração pública" como essencial para livrar o Brasil da corrupção. Eles citam as nomeações políticas aos cargos de confiança, entre eles postos executivos da Petrobrás. "Na última década, o Brasil deu grandes passos em direção à redução das desigualdades, mas a reputação dos seus políticos e do país em geral foi gravemente prejudicada pelo grande número de escândalos de corrupção. Somente um esforço conjunto e permanente contra a corrupção irá conquistar novamente a confiança dos brasileiros", diz Ugaz, na nota.