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Política

Sete Brasil diz que não se manifestará sobre acusação de pagar propina

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
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Rio - A Sete Brasil informou que não vai se manifestar sobre a acusação de envolvimento em pagamento de propina. Segundo a assessoria de imprensa da empresa, todas as pessoas que teriam recebido propina são ex-funcionários.

O lobista Guilherme Esteves de Jesus, preso na manhã desta sexta-feira, 27, pela Operação Lava Jato, é acusado de pagar pelo menos US$ 8,2 milhões em propina em nome do Estaleiro Jurong - de um dos maiores grupos do setor no mundo - por seis contratos para construção de sondas de exploração do pré-sal feitos com a Sete Brasil. Pelo menos US$ 1,7 milhão teriam sido pagos para dois executivos da empresa brasileira, João Ferraz e Eduardo Musa.

A reportagem tentou falar por telefone com João Carlos Ferraz e Eduardo Musa. Na casa do primeiro, ninguém atendeu ao telefone. Na casa do segundo, uma secretária informou que ele não estava nem voltaria nesta sexta-feira, 27.

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A Sete Brasil foi um projeto montado no interior da Petrobras, idealizado, sobretudo, por João Carlos de Medeiros Ferraz. O ex-gerente de Engenharia da Petrobras Pedro Barusco, delator da Lava Jato Barusco afirmou em sua delação que "em todos os contratos, foi acertado o pagamento de propina de cerca de 1%, depois reduzido a 0,9%, dos valores".

Tanto Ferraz como Musa eram funcionários da Petrobras. "Além disso, o pagamento das propinas comissionadas teria ocorrido no âmbito de contratos destinados à construção de sondas para a empresa estatal", ressalta o juiz federal Sérgio Moro.

O Estaleiro Jurong é uma subsidiária do Grupo SembCorp Marine, companhia de capital aberto de Cingapura e uma grande fornecedora internacional de plataformas e sondas para exploração de petróleo.

"Os pagamentos das propinas, que totalizariam cerca de US$ 8.211.614,00, teriam sido feitas por intermédio de transferências no exterior da conta em nome da off-shore Opdale Industries Ltd, controlada por Guilherme, para contas controladas por Pedro Barusco (offshore Natiras) Renato Duque (offshore Drenos), João Ferraz (offshore Firasa) e para Eduardo Musa (conta não identificada)", registra o juiz, em sua decisão, na quinta-feira, 26.

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A Sete Brasil foi constituída com diversos investidores, entre eles a Petrobras e com recursos provenientes de fundos de pensão da Petros, Previ e Funcef, Valia. Também tem por sócios empresas privadas e instituições financeiras, como os bancos Santander, Bradesco e o BTG Pactual. Em 2011, a Sete Brasil venceu licitação da Petrobras para a operação de 21 sondas do pré-sal. Para executar os serviços, a empresa fechou 21 contratos pelo valor total de US$ 22 bilhões com cinco estaleiros: Estaleiros Atlântico Sul, Estaleiro Rio Grande (ligado à Engevix Engenharia), Estaleiro Jurong, Estaleiro Kepell Fels e Estaleiro Enseada do Paraguaçu (formado por consórcio da Odebrecht, OAS, UTC e Kawasaki).

Uma das pessoas que participou ativamente da formação da Sete Brasil foi Barusco. Cada estaleiro tinha o seu operador responsável pelo pagamento de propinas, afirmou ele. Guilherme Esteves era o operador do Estaleiro Jurong, que ficou com seis contratos dos 21.

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Barusco foi indicado Diretor de Operações da Sete Brasil em fevereiro de 2013, mas desde 2011 trabalhava na empresa. Segundo ele, "o esquema criminoso da Petrobras reproduziu-se na empresa Sete Brasil". Sua função na empresa privada "era conduzir o projeto de construção de sondas de perfuração de águas profundas para exploração do pré-sal".

Barusco afirmou à força-tarefa da Lava Jato que a "João Ferraz foram repassados US$ 1.035.996,00 em julho de 2013? e a "Eduardo Musa US$ 786.000,00, também em julho de 2013?. No celular do operador de propina da Jurong, a PF localizou "mensagens de texto, trocadas entre ele e Fabricio Barwinski e Frederico Goldin, sobre pedidos de transferência de valores da conta Opdale para as contas Nebraska, Nave e Firasa, esta última pertencente ao presidente da Sete Brasil, João Ferraz", segundo registra o MPF.

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"A Sete Brasil, apesar de ser empresa privada, tem importante participação acionária da Petrobras e de fundos de pensão, com o que não se trata propriamente de lesão unicamente a uma empresa privada", afirmou Moro, em sua decisão de prisão do operador da Jurong.

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