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Política

PT planeja abrir mão de doação de empresas

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
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São Paulo - As principais correntes internas do PT estão próximas de um acordo que prevê a proibição de instâncias do partido receberem doações de empresas privadas. A sigla pretende compensar a perda criando uma ferramenta digital para coleta de doações do mais de 1 milhão de filiados. Pela proposta, candidatos da legenda a cargos eletivos estão liberados para receber doações privadas, mas assumirão totalmente a responsabilidade pela origem dos recursos.

A proibição faz parte da tese elaborada pela corrente Mensagem ao Partido para a segunda etapa do 5º Congresso Nacional do PT, marcado para junho. Conta com o apoio do Movimento PT, segunda maior corrente interna da legenda, dos presidentes dos 27 diretórios estaduais reunidos ontem em São Paulo e de lideranças importantes, como o presidente nacional do PT, Rui Falcão, e o assessor especial da Presidência da República Marco Aurélio Garcia.

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As principais lideranças do partido preferem acabar com o financiamento privado de campanha a conviver com as suspeitas de ilegalidade que as doações legais possam suscitar. "Por que financiamento privado para outros partidos é doação e para o PT é propina?", questionou Falcão. Nesse sentido, discorrem os representantes, é preferível "acabar com essa palhaçada".

A ideia surgiu na semana passada, depois que o tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto, se tornou réu da Operação Lava Jato. Vaccari é acusado de receber propinas de empresas fornecedoras da Petrobrás em forma de doações legais ao partido e seus candidatos. Ele nega as acusações.

A proposta da proibição amadureceu na segunda-feira, 30, durante reunião entre o ex-presidente Lula, a executiva nacional do PT e os presidentes dos 27 diretórios estaduais do partido. Entre as principais forças políticas internas, apenas um setor da corrente majoritária Construindo Um Novo Brasil (CNB) resiste à ideia. Segundo relatos, durante a reunião de ontem, apenas a secretária de Relações Internacionais, Monica Valente, mulher do ex-tesoureiro Delúbio Soares, preso por envolvimento no mensalão, foi contra a proposta. "Não tem consenso nisso", disse ela, de acordo com participantes da reunião.

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As decisões sobre a proibição das doações privadas e o afastamento de Vaccari da tesouraria petistas serão definidas na próxima reunião do diretório nacional do PT, dia 17 de abril.

Afastamento

Sobre o futuro do tesoureiro, o ex-governador do Rio Grande do Sul Tarso Genro defendeu ontem seu afastamento do cargo, enquanto Lula preferiu o silêncio, o que foi interpretado como um recuo do ex-presidente na defesa de Vaccari. "Se ele for denunciado e a denúncia for aceita, como é a informação que nós temos, acho que o partido deve pedir que ele se afaste e, se não se afastar, afastá-lo preventivamente", disse Tarso ao deixar o local da reunião.

O encontro se deu em um hotel na região Sul de São Paulo a portas fechadas. Por determinação de Lula, todos os participantes tiveram de deixar os celulares na entrada do salão. Lula reclamava de quem saía para ir ao banheiro e pedia insistentemente que a porta fosse mantida fechada. De acordo com relatos, o ex-presidente fez um discurso ensaiado no qual apontou quatro crises a serem enfrentadas pelo governo e pelo PT: corrupção, política, econômica e de comunicação. O ex-presidente chegou a usar de ironia diante de avaliações positivas de alguns dirigentes estaduais. "Ouvi os informes de todos os Estados, gostei muito, mas tem gente que está mentindo", disse Lula.

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Antes da reunião, os convidados ouviram uma explanação do novo ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro. Um dos convidados era o ex-ministro da Casa Civil Antonio Palocci, investigado na Lava Jato. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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