No ES, major do Exército é alvo de operação da PF que mira Bolsonaro
As apurações da PF apontam que o grupo investigado se dividiu em núcleos de atuação para disseminar a ocorrência de fraude nas eleições presidenciais
Um major da reserva do Exército que mantém residência em Colatina, no Noroeste do Estado, surge como um dos alvos da Operação "Tempus Veritatis", deflagrada na manhã pela Polícia Federal (PF) desta quinta-feira (08).
A ação apura a existência de uma organização criminosa que, segundo a corporação, atuou na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito para obter vantagem de natureza política com a manutenção do então presidente Jair Bolsonaro no poder.
A informação de que Angelo Martins Denicoli mantém casa em Colatina, no Noroeste do Estado, foi confirmada à reportagem do Folha Vitória.
O militar, inclusive, mantém esse dado em seu perfil em uma rede social. Ainda não há informações sobre as razões pelas quais o major é um dos alvos da operação.
Até 2021, Angelo ocupava o cargo de diretor do Departamento de Monitoramento e Avaliação do Sistema Único de Saúde no governo Bolsonaro
A reportagem tenta localizar a defesa do major para repercutir a operação desta quinta-feira. Este texto poderá ser atualizado a qualquer momento.
Além do Estado, as medidas judiciais, expedidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), também estão sendo cumpridas no Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Paraná e Goiás, além do Distrito Federal. O Exército Brasileiro acompanha o cumprimento de alguns mandados.
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Ao todo, estão sendo cumpridos 33 mandados de busca e apreensão e quatro mandados de prisão preventiva, além de 48 medidas cautelares que incluem a proibição de manter contato com outros investigados; a proibição de se ausentar do país, com entrega dos passaportes no prazo de 24 horas; e a suspensão do exercício de funções públicas.
“As apurações apontam que o grupo investigado se dividiu em núcleos de atuação para disseminar a ocorrência de fraude nas eleições presidenciais de 2022, antes mesmo da realização do pleito, de modo a viabilizar e legitimar uma intervenção militar, em dinâmica de milícia digital”, informou a PF.pp_amp_intext | /1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_04
“O primeiro eixo consistiu na construção e propagação da versão de fraude nas eleições de 2022, por meio da disseminação falaciosa de vulnerabilidades do sistema eletrônico de votação, discurso reiterado pelos investigados desde 2019 e que persistiu mesmo após os resultados do segundo turno do pleito em 2022”, completou a corporação.
Já o segundo eixo de atuação do grupo, de acordo com o comunicado, consistiu na prática de atos para subsidiar a abolição do Estado Democrático de Direito, por meio de um golpe de Estado, com apoio de militares com conhecimentos e táticas de forças especiais em “ambiente politicamente sensível”.
Por fim, a PF destacou que os fatos investigados configuram crimes de organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.