/1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_TOPO |
Política

MPF vê ligação de operador preso em Portugal com Zelada

Réu em duas ações na Lava Jato, Schimidt era procurado em Portugal desde o fim de dezembro

Redação Folha Vitória
audima
audima
pp_amp_intext | /1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_02

Preso anteontem, em Portugal, Raul Schmidt Felippe Júnior, apontado como operador de propinas pelo Ministério Público Federal, poderá, segundo procuradores, fornecer mais informações sobre como o MDB atuava na diretoria de Internacional da Petrobrás. Segundo a Procuradoria, Schmidt é muito próximo do ex-diretor da estatal responsável pela área, Jorge Zelada.

Preso desde julho de 2015, quando foi alvo da 15.ª fase da Lava Jato, a Conexão Mônaco, Zelada teria sido nomeado ao cargo com a anuência de parlamentares do MDB.

Réu em duas ações na Lava Jato, Schmidt era procurado em Portugal desde o fim de dezembro de 2017, quando seu processo de extradição para o Brasil foi concluído pela Justiça portuguesa. Schmidt chegou a ser preso em março de 2016 na 26.ª fase da Lava Jato, a Polimento, mas foi solto pela Justiça portuguesa. Ele mora em Portugal e tem cidadania do país europeu.

pp_amp_intext | /1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_03

Na Lava Jato, ele apareceu nas investigações após o principado de Mônaco enviar material aos procuradores de Curitiba com suas movimentações financeiras. O operador é apontado como beneficiário econômico da empresa Atlas Asset, offshore sediada no Panamá, cuja conta, a exemplo do que ocorreu com Zelada e com o ex-diretor de Serviços da Petrobrás Renato Duque, foi aberta no Julius Baer Bank.

Citação

Uma suposta preocupação com o avanço da Lava Jato sobre o ex-diretor Zelada e seus operadores chegou a ser citada na investigação do ex-senador petista Delcídio Amaral (PT).

Na gravação feita por Bernardo Cerveró, filho do antecessor de Zelada na Petrobrás, Nestor Cerveró, o ex-senador chegou a afirmar que o então vice-presidente Michel Temer teria conversado com o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre as investigações envolvendo Zelada.

pp_amp_intext | /1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_04

"Segundo os documentos, Raul Schmidt seria um amigo de longa data de Jorge Zelada. Eles teriam possuído um apartamento em comum nos anos de 2012 e 2013 e Zelada teria posteriormente comprado a parte de seu amigo", diz o pedido de prisão do MPF contra o operador. De acordo com o MPF, Schmidt e Zelada ainda seriam sócios na empresa TVP Solar, sediada em Genebra, na Suíça.

Além da relação de amizade e da sociedade, diz o Ministério Público Federal, Schmidt teria atuado para a empresa norueguesa Sevan Marine, que manteve contratos com as áreas de Internacional e de Serviços da Petrobrás, esta comandada por Renato Duque, indicado do PT. O operador também teria atuado em favor do estaleiro coreano Samsung, responsável pela construção de navios-sonda para a estatal.

'Estupro'

O advogado de Schmidt no Brasil, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, afirmou que a extradição de seu cliente é "absolutamente inconstitucional". "Esta extradição é um estupro nas relação entre Brasil e Portugal", afirmou Kakay, para quem Portugal não pode extraditar um português nato.

A reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo" não conseguiu ontem contato com Renato Moraes, advogado de Jorge Zelada.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

/1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_FINAL_DA_MATERIA |
/1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_FINAL_DA_MATERIA |

Nós utilizamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nossos serviços, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao utilizar nossos serviços, você concorda com tal monitoramento. Saiba mais sobre nossa Política de Privacidade.