Petistas capixabas afirmam que pedido de impeachment de Dilma é golpe da oposição

Desde a eleição presidencial, realizada em outubro de 2014, a presidente Dilma Rousseff (PT) tem enfrentado resistência de populares. Nas redes sociais, internautas fazem constante campanha contra o segundo mandato da presidente. 

Para o próximo mês, uma manifestação está sendo organizada em todo o país. O intuito dos manifestantes é ir às ruas pedir pelo impeachment da presidente. Para os políticos petistas capixabas, a ação pode ser considerada como golpe de oposição. 

De acordo com o deputado federal Givaldo Vieira, o partido deve se posicionar para fortalecer a administração do atual governo. “Existe um objetivo claro traçado pela oposição desde quando perderam a eleição. Eles não aceitaram a derrota e agora tentam criar uma instabilidade política. Nós encaramos essa oposição como uma tentativa de golpe”, afirmou. 

Segundo Givaldo, não existem fundamentos para que a presidente perca o mandato. “ Vamos nos unir aos movimentos sociais para que não aconteça essa tentativa de golpe. Não há motivo para o que estão tentando fazer. Isso é um ataque à democracia. Retirar um presidente democraticamente eleito é golpe”, declarou. 

Quem engrossa o coro e defende a presidente Dilma é o ex-deputado Roberto Carlos (PT). Para ele, as manifestações contra Dilma são diferentes das manifestações que marcaram todo o Brasil em 2013. “Essas manifestações de hoje não acontecem de forma espontânea como foi o movimento de junho de 2013. Naquele período, todos os movimentos se reuniram e desejaram combater a corrupção. Os últimos protestos são marcados pelos eleitores do Aécio Neves (PSDB)”, disse. 

A operação que corre sob segredo de Justiça, Roberto Carlos chama a ação de precipitada. “O pedido de impeachment é motivado pela Operação Lava-Jato. Acho estranho porque essa operação acontece em segredo de Justiça e com delação premiada. Ou seja, não se sabe efetivamente os nomes dos agentes políticos envolvidos. Vamos ter conhecimento real dos envolvidos após o carnaval. Esse é um movimento claro de quem perdeu a eleição”, argumentou.

Confiante na união dos militantes do partido, o ex-deputado acredita que a inocência da presidente levará simpatizantes e membros do partido às ruas. “É bom deixar claro que nós, militantes do PT, temos a consciência de que a presidente Dilma não tem qualquer envolvimento com esses escândalos. Vamos aguardar isso ser efetivamente comprovado e vamos nos organizar, vamos às ruas para defender esse mandato. Não vamos assistir de braços cruzados essa tentativa de golpe”, salientou. 

Avaliando a situação e definindo como “chororô dos derrotados”, o ex-deputado estadual e presidente da sigla no Estado, Genivaldo  Liévore, não acredita que existam motivos para a cassação do mandato de Dilma. “ Não existe nada que provoque esse impeachment. Na minha avaliação, os derrotados da eleição estão tentando causar uma crise inconstitucional no País. Eles ainda não se conformaram. Protestar é legítimo. A presidente foi eleita democraticamente, em pleito legítimo”, destacou. 

Advogado explica

De acordo com o jurista Carlos Couto, se as denúncias de corrupção foram comprovadas, a presidente terá consequências. “ Se for provado que Dilma sabia do esquema na Petrobras, a presidente terá praticado improbidade administrativa, e isso acarreta ao impeachment”, explicou. 

Segundo Couto, caso a presidente for afastada por impeachement, o vice-presidente, Michel Temer (PMDB) poderá assumir o comando do Governo.