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Política

Bolsonaristas extremistas furam bloqueio da PM, invadem e fazem quebra-quebra em prédios dos Três Poderes

Atos terroristas que ocorrem neste domingo (8) não foram cadastrados junto à Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal; participantes furaram bloqueio da PM

Isabella Arruda

Redação Folha Vitória
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Foto: Reprodução/Redes Sociais
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Manifestantes radicais, que não aceitam a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas urnas em 2022, furaram o bloqueio feito pela Polícia Militar do Distrito Federal na tarde deste domingo (8) e deram início a uma grande invasão na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. 

Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, que iniciaram o ato no Congresso Nacional, também se dirigiram ao Palácio do Planalto e à Praça dos Três Poderes, onde fica o Supremo Tribunal Federal (STF), com o discurso de fazer uma intervenção em todos os Poderes. 

Os invasores, além de pedirem a prisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a intervenção das Forças Armadas, também querem a volta de Bolsonaro ao poder, mesmo sem respaldo na Constituição. 

Entenda cronologia

No momento da invasão, manifestantes derrubaram as grades do local de acesso ao prédio do Congresso Nacional. A polícia soltou gás de pimenta, mas, mesmo assim, pessoas que estavam na manifestação furaram o bloqueio de segurança. 

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Os invasores reagiram às bombas de efeito moral usadas pelas forças policiais e conseguiram afastar as tropas. Depois de invadirem o Congresso, os manifestantes se dirigiram à rampa do Palácio do Planalto.

Do lado de fora do Congresso, os apoiadores de Bolsonaro aplaudiram a chegada da Polícia Militar. Transmissões ao vivo, em redes sociais como Instagram e Tik Tok, mostram os manifestantes chamando policiais de patriotas, além de alguns agentes tirando selfies com os apoiadores do ex-presidente. 

Fomento nas redes sociais

Em grupos restritos, apoiadores de Bolsonaro falavam em invasão ao Congresso, ao Palácio do Planalto e ao Supremo Tribunal Federal (STF). O objetivo, segundo eles, é tirar Lula e o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, do poder com uma intervenção militar. 

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Sobre o assunto, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou, via assessoria, que está em Brasília e “acompanhando a situação, ao mesmo tempo que mantém diálogo com o Governo do Distrito Federal”. 

No sábado (7), Dino autorizou o uso da Força Nacional para conter os atos e a Esplanada dos Ministérios foi fechada para veículos. Os manifestantes, porém, caminharam a pé do quartel general do Exército e foram até o Congresso Nacional, com faixas pedindo “Lula na cadeia”, “intervenção militar” e “Bolsonaro presidente”. 

A convocação foi feita por grupos de apoiadores do ex-presidente. O discurso de pessoas que chamaram as manifestações nas redes sociais é esperar alguma ação das Forças Armadas contra o governo Lula, medida que contraria a Constituição, mesmo que não haja nenhum indício por parte dos militares de que isso vá ocorrer.

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Vídeos publicados nas redes sociais mostram o momento em que os manifestantes subiram a rampa do Congresso Nacional e invadiram a parte de cima, onde ficam as cúpulas do Senado Federal e da Câmara dos Deputados. Uma bandeira com as cores verde e amarela foi estendida no local. As imagens mostram que os policiais reagiram com bombas.

Segundo informações da Record News, os manifestantes chegaram a quebrar janelas no Congresso Nacional.

Caravanas

A área central de Brasília foi interditada no último sábado (07) após a chegada de vários ônibus com apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Manifestações estão sendo convocadas pelos bolsonaristas pelas redes sociais e grupos de aplicativo, como WhatsApp e Telegram.

Diante de ameaças de manifestações violentas e a chegada de caravanas contrárias ao resultado das eleições presidenciais a Brasília, o governo federal autorizou o uso da Força Nacional na capital federal entre este sábado (07) e segunda-feira (09). O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, assinou uma portaria com o aval.

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Parte da tropa já está na Esplanada dos Ministérios. Mais cedo, também pelas redes sociais, Dino afirmou que articula junto à Polícia Federal, à Polícia Rodoviária Federal, ao governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), e ao ministro da Defesa, José Múcio, medidas para coibir e penalizar atos antidemocráticos.

Decretada intervenção federal no DF

O presidente Lula (PT), afirmou, em rede nacional, que assina decreto neste domingo (08) promovendo intervenção federal no Distrito Federal, diante das violentas ameaças à democracia. O decreto já entrou em vigor na data da publicação.

Foto: TV Brasil

Como interventor, Luiz Inácio nomeou Ricardo Garcia Cappelli. A medida será válida até o próximo dia 31 de janeiro de 2023. Confira documento na íntegra:

Decreto autoriza intervenção no Distrito Federal

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"Apenas com novas eleições"

Antes da invasão, o ministro da Justiça tinha afirmado que esperava que a polícia não precise atuar e destacou que a “tomada de poder” só poderá ocorrer em 2026, com uma nova eleição presidencial. 

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Houve apelo nos grupos de apoiadores de Bolsonaro para que as pessoas não se intimidassem e mantivessem a manifestação, que não tem hora nem data para terminar. 

O presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou que conversou por telefone com o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, após a invasão do Congresso e repudiou o ato. 

“O governador me informou que está concentrando os esforços de todo o aparato policial no sentido de controlar a situação”, escreveu Pacheco em nota. “Na ação, estão empenhadas as forças de segurança do Distrito Federal, além da Polícia Legislativa do Congresso. Repudio veementemente esses atos antidemocráticos, que devem sofrer o rigor da lei com urgência.”

Ministro da Justiça e Segurança Pública se manifesta

O Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, fez publicação no Twitter garantindo que está por perto e que as forças de segurança estão agindo.

Secretaria de Segurança diz que não foi informada

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Ao jornal R7, a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal informou que os atos não foram cadastrados junto à pasta. Apesar disso, "os atos públicos previstos para este final de semana foram identificados previamente e estavam sendo monitorados".

O monitoramento é feito de maneira integrada entre as forças e outros 29 órgãos. Há um protocolo para que uma manifestação popular ou um evento ocorra em área pública, com o objetivo de garantir a segurança da população por meio do planejamento operacional. 

* Com informações do R7 e do Estadão

Veículos confirmam invasão ao STF

Veículos de comunicação, entre eles a RecordNews, O Estado de São Paulo e a CNN, confirmaram que os manifestantes já conseguiram invadir o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF).

O plenário da Corte foi invadido e depredado. Vídeos mostram pessoas com pedaços de pau destruindo o local onde se realizam as sessões do Supremo.

Presidente do Senado Federal se manifesta

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Nas redes sociais, o Presidente do Senado Federal e do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco, repudiou os atos que vêm acontecendo neste domingo (08).

Jornalista registra atos em Brasília

O jornalista Daniel Nahoum, da equipe do jornal O Estado de São Paulo, publicou, em seu Twitter, vídeos que mostram os atos praticados neste domingo (08). Veja: 

Prejuízos contabilizados

Segundo o jornal O Estado de São Paulo, já é possível contabilizar prejuízos. Acompanhe:

No STF, é possível verificar que um grupo quebrou vidros, e pessoas batiam com pedaços de pau contra móveis do prédio. 
No Palácio do Planalto, as imagens mostram que foram quebradas obras de arte, portas e uma mesa de vidro. 
No Congresso Nacional, vídeos mostram vândalos batendo contra cadeiras do Plenário.

Randolfe protocola pedido para afastamento de Torres

O líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), segundo o Estadão, anunciou a protocolização da prorrogação do inquérito dos atos antidemocráticos a partir das manifestações que ocorrem em Brasília neste domingo (8). 

Além disso, o impedimento de posse e, em caso de posse, afastamento do secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres.

De acordo com Randolfe, os dois pedidos foram encaminhados ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes.

"Estamos protocolando agora dois pedidos ao ministro Alexandre de Moraes: 1 - Prorrogação do inquérito dos atos antidemocráticos a partir dos acontecimentos de hoje. 2 - Impedimento de posse e, em caso de posse, afastamento do Sr. Anderson Torres, da Secretaria de Justiça do DF", anunciou Randolfe no Twitter.

Governador do DF manda exonerar secretário de Segurança Pública

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O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), determinou, neste domingo (8), que o secretário de Segurança Pública, Anderson Torres, seja exonerado do cargo. Ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Torres foi nomeado para comandar a pasta na última segunda-feira (2).

Tebet emite posicionamento no Twitter

Nas redes sociais, Simone Tebet, Ministra do Planejamento e Orçamento do atual governo federal, pediu rigor na punição aos financiadores da ação que acontece em forma de vandalismo na capital federal.

Para Costa Neto, atos não representam PL e Bolsonaro

O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou neste domingo (8), que os atos de grupos radicais que invadiram os prédios dos Três Poderes não representam o partido e o ex-presidente da República Jair Bolsonaro. 

Em vídeo enviado aos correligionários, Costa Neto disse que os ataques em Brasília são "uma vergonha".

"Hoje é um dia triste para o Brasil. Todos os nossos movimentos que foram feitos após as eleições em frente aos quartéis foram exemplo de educação, de confiança é de brasilidade. Lá, tinham famílias representando o Bolsonaro, representando a direita. Todos os movimentos foram pacíficos e ordeiros", afirmou Costa Neto.

"Esse movimento de Brasília hoje é uma vergonha para todos nós e não representa o nosso partido, não representa o Bolsonaro. A polícia e a segurança, os setores de segurança têm que fazer a sua parte. Nós não apoiamos esses movimentos. Nós apoiamos, sim, Pátria, Família e Liberdade, apoiamos movimentos de bem", emendou o presidente do PL.

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Antes e durante a campanha eleitoral, Bolsonaro colocou em dúvida a confiabilidade do sistema eleitoral brasileiro, sem apresentar provas de irregularidades. Após o segundo turno, o PL chegou a alegar que uma auditoria havia encontrado inconsistências em urnas eletrônicas e pediu a anulação de votos.

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, contudo, rechaçou os argumentos do partido comandado por Costa Neto e determinou uma multa de R$ 22,9 bilhões ao PL por litigância de má-fé.

O magistrado bloqueou inicialmente o fundo partidário de todas as siglas que integraram a coligação de Bolsonaro, mas limitou a decisão ao PL após o Republicanos e o PP apresentarem recurso.

Paulo Pimenta: atos 'são de minoria golpista'

O ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta, disse que as manifestações que ocorrem na tarde deste domingo (8) em Brasília são de uma "minoria golpista que não aceita o resultado da eleição e que prega a violência". De acordo com ele, tais manifestantes serão tratados "com o rigor da lei".

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"Temos certeza que a maioria do povo brasileiro quer nesse momento união e paz para que o Brasil siga em frente", escreveu Pimenta no Twitter. "Essa manifestação é de uma minoria golpista que não aceita o resultado da eleição e que prega a violência. Uma minoria violenta, que vai ser tratada com o rigor da lei". O Estadão publicou a informação.

Delegados da PF repudiam atos terroristas e pedem punição

Conforme divulgou o Estadão, em nota, a Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) repudiou "veementemente" as ações de grupos radicais neste domingo, 8, em Brasília. "É preciso investigar e punir, de forma exemplar, os envolvidos nesses ataques criminosos, um episódio triste da história no nosso país. O direito de se manifestar democraticamente não abrange atos de vandalismo e de violência", escreve.

A associação defende atuação firme e célere das autoridades, e ainda que as forças de segurança recuperem o controle dos prédios públicos e restabeleçam a normalidade o quanto antes.

Presidente da França oferece apoio a Lula

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O presidente da França, Emmanuel Macron, considerado um político de centro, manifestou, por meio das redes sociais, apoio incondicional ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Veja: 

Presidente da Colômbia pede reunião da OEA 

O Estadão divulgou que o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, pediu uma reunião urgente da Organização dos Estados Americanos (OEA) após bolsonaristas invadirem o Palácio do Planalto, o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF).

"Propusemos o fortalecimento do sistema interamericano de direitos humanos aplicando as normas vigentes e ampliando a carta aos direitos das mulheres, ambientais e coletivos, mas a resposta são golpes parlamentares ou golpes violentos da extrema direita", escreveu o líder colombiano, no Twitter.

Petro afirmou que é urgente a OEA se reunir se quiser "seguir viva como instituição". O presidente da Colômbia disse que, na visão dele, a direita não tem conseguido manter o pacto de não violência. "Toda minha solidariedade a @LulaOficial e ao povo brasileiro. O fascismo decide atacar", emendou o líder internacional.

O secretário-geral da OEA, Luis Almagro, manifestou-se há pouco também pelo Twitter, condenando o ataque às instituições em Brasília. "Condenamos o ataque às instituições em Brasília, que constitui uma ação condenável e um ataque direto à democracia. Essas ações são de natureza fascista."



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