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Política

Presidente da Itália diz que se aposentará em breve

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
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Roma - O presidente italiano, Giorgio Napolitano, que liderou o país em uma de suas épocas tempestuosas, disse que vai renunciar em breve, dando início a um período de incerteza política que pode se tornar um teste crucial para o governo do primeiro-ministro Matteo Renzi.

Em seu discurso tradicional de fim de ano, Napolitano, que vai completar 90 anos em junho, disse que decidiu renunciar - encerrando seu segundo mandato de sete anos de maneira antecipada - devido à idade e crescentes "sinais de fadiga". Esses fatores dificultam responder por suas funções institucionais, disse.

O presidente não deu uma data para sua renúncia, mas analistas políticos preveem que ele pode deixar o cargo em meados de janeiro, quando a Itália terá concluído a presidência de seis meses na União Europeia. O Parlamento da Itália, em seguida, deve começar o processo para escolher seu sucessor, em fevereiro, o que pode levar semanas.

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Em abril de 2013, Napolitano aceitou um segundo mandato sem precedentes, depois que as eleições inconclusivas haviam deixado o país em um impasse político, sem nenhum partido capaz de formar um governo.

Ele concordou em permanecer no cargo, sob a condição de que os partidos do país se mostrassem a favor de mudanças institucionais e econômicas necessárias. O presidente, que tem parecido cada vez mais frágil em público, disse desde o início que iria deixar o cargo bem antes do final programado de seu segundo mandato.

"Estou deixando minhas funções e vou renunciar em breve: uma opção que é abertamente incluída na Constituição italiana", disse Napolitano na quarta-feira, no início de seu discurso televisionado à nação.

Durante seus nove anos como presidente, Napolitano gradualmente transformou um cargo cerimonial em um mediador de poder importante ao garantir a estabilidade política durante um momento de dificuldades profundas. Em 2011, quando a crise da dívida soberana ameaçou tirar a Itália da zona do euro, Napolitano liderou a criação de dois governos reformistas consecutivos, encabeçados por Mario Monti e, em 2013, por Enrico Letta. Em fevereiro passado, ele apoiou a ascensão de Renzi, que ganhou apoio presidencial ao prometer uma agenda reformista ousada.

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Agora, no final precoce do segundo mandato, Napolitano vai deixar Renzi sem um aliado crucial em sua batalha em direção a mudanças institucionais e econômicas para um país que sofre de falta de competitividade e enfraquecimento econômico. Napolitano ajudou muitas vezes a conciliar grupos na Itália para apoiar a agenda de Renzi.

Renzi, que conta com uma maioria frágil e foi forçado a convocar votos de confiança no Parlamento para forçar a aprovação de leis cruciais, agora enfrenta a perspectiva de um novo impasse político durante uma eleição para um novo presidente. De acordo com a Constituição italiana, as duas câmaras do Parlamento, juntamente com representantes regionais, elegem o chefe de Estado. Entre as funções do presidente estão: nomear o primeiro-ministro, dissolver o Parlamento e convocar eleições antecipadas.

Após Napolitano formalizar sua aposentadoria, o presidente do Senado tem 15 dias para convocar o colégio eleitoral. Nas três primeiras rodadas de votação, uma maioria de dois terços é necessária para confirmar um candidato presidencial. O limiar, então, cai para uma maioria simples. A votação deve durar por vários dias, embora possa se arrastar por mais tempo, até mesmo por semanas, se as partes não conseguirem encontrar uma maioria e um candidato comum.

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Se o debate for particularmente turbulento e as tensões ameaçarem agravar a dificuldade que Renzi tem para avançar com mudanças desejadas, pode-se convocar novas eleições nacionais em 2015 para reforçar o apoio parlamentar ao governo. Fonte: Dow Jones Newswires.

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