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Caso Murilo

Jogador morto no ES: tiro foi acidental e amigo alterou cena de crime

Polícia conclui que Murilo Félix, jogador sub-15, foi induzido ao erro em Cariacica. Reconstituição 3D e laudos periciais determinaram a trajetória do tiro

Redação Folha Vitória

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Foto: Reprodução TV Vitória
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A Polícia Civil concluiu a investigação sobre a morte de Murilo Félix, jogador sub-15 do Porto Vitória, atingido com um tiro na cabeça quando manuseava uma arma com um amigo, em uma casa no bairro em São Geraldo, em Cariacica.

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Segundo a polícia, Murilo foi atingido por um tiro acidental. Os investigadores não têm dúvidas sobre o caso.

"Eles estavam mexendo na arma e, em dado momento, decidem guardar. Mas, antes de guardar a arma, ele (o amigo) municia essa arma justamente para que o pai não percebesse que ele havia pegado. Ao municiar essa arma e deixá-la na mesa, agindo com negligência, Murilo, sem saber que a arma estava municiada novamente, se apodera dela. E, então, manipulando a arma, efetua o disparo fatal", disse o delegado.

A conclusão dos investigadores é de que foi Murilo quem apertou o gatilho.

"Um ato infracional praticado pelo adolescente investigado, análogo ao crime de homicídio culposo na medida em que ele agiu com imprudência ao acessar uma arma de fogo sem ter habilitação, na medida em que ele agiu com negligência ao permitir que o adolescente vítima acessasse essa arma de fogo, manuseasse essa arma de fogo e efetuasse o disparo fatal. O adolescente investigado teve total responsabilidade no resultado que nós todos acompanhamos com grande pesar", explicou o delegado Fábio Pedroto.

A investigação ouviu 20 pessoas, entre elas adolescentes, policiais, enfermeiros, familiares e técnicos em informática. 

Perícia foi fundamental na conclusão do caso

A perícia do apartamento, segundo a polícia, foi fundamental para fazer a reconstituição dos fatos. O chumbo da bala que matou Murilo estava no ar condicionado. Um laser utilizado pelos peritos apontou a trajetória do tiro. 

Os peritos usaram um scanner para reconstruir virtualmente a cena do crime. Na reconstituição em 3D, que remonta o apartamento onde o crime aconteceu, a equipe concluiu que Murilo estava sentado quando foi baleado na cabeça.

Paralelo ao trabalho de reconstituição da cena do crime, os investigadores e peritos ouviram os médicos que atenderam Murilo no hospital infantil e analisaram o corpo.

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O pai do jogador Abraão Nascimento de Oliveira acompanhou a explicação do delegado e dos peritos sobre o fim da investigação.

"Três meses de angústia, família em choque, dolorida. Eu também não estou acreditando até agora nessa tragédia com meu filho", disse.

Adolescente teve morte cerebral

Murilo Costa Felix foi baleado em um apartamento do bairro São Geraldo, em Cariacica. Ele ficou quatro dias internado, até que os médicos decretaram a morte cerebral. O corpo foi velado em uma igreja de Cariacica. 

Depois da conclusão das investigações, o delegado afirmou que o amigo do Murilo, de 15 anos, e os pais dele serão responsabilizados pelo que aconteceu.

Abraão, pai do Murilo, lamentou tudo que aconteceu. "Só tenho que agradecer à Polícia Civil e continuar fazendo justiça para que fatos como esse não ocorram mais", disse.

*Com informações do repórter André Falcão, da TV Vitória/Record.

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