Advogado que atirou em bar de Jardim da Penha com airsoft é proibido de falar com funcionários
Decisão judicial que concedeu a liberdade ao advogado incluiu medidas cautelares que o proíbem de se aproximar do bar, além de manter contato com os envolvidos
O advogado Wolmir José Rodrigues Filho, de 49 anos, foi solto após audiência de custódia. Ele havia sido preso no sábado (14) por atirar com uma arma de airsoft – uma espécie de arma de pressão – contra clientes de um bar em Jardim da Penha, Vitória.
A Justiça determinou medidas cautelares, como a proibição de se aproximar do estabelecimento e manter uma distância mínima de 200 metros, além de não poder entrar em contato com funcionários e frequentadores do local.
A confusão começou na quinta-feira (12), quando Wolmir teria brigado com músicos que se apresentavam no bar.
No sábado pela manhã, ele retornou ao local para pedir desculpas, mas ao longo do dia, segundo relatos, foi diversas vezes ao bar para provocar clientes e funcionários. Já no fim da tarde, ele foi flagrado atirando da varanda de uma casa vizinha ao estabelecimento.
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A Polícia Militar foi acionada por volta das 17h e encontrou Wolmir dentro da residência, após a entrada ser autorizada pela esposa do advogado. No local, foram apreendidas a arma de airsoft e munições. Segundo testemunhas, os disparos atingiram três pessoas e um carro estacionado.
A esposa de Wolmir relatou que ele sofre de esquizofrenia e estava em surto no momento do ocorrido, por ter se recusado a tomar os medicamentos. A PM informou que esteve no local em dois momentos durante o sábado. Na primeira vez, Wolmir foi encontrado sendo atendido pelo Samu após ter sido agredido. Ele foi encaminhado ao Hospital e, horas depois, retornou à casa onde os disparos aconteceram.
Após ser detido, Wolmir foi encaminhado para a Delegacia Regional de Vitória, onde foi autuado em flagrante por posse irregular de arma de fogo, lesão corporal e dano. Ele chegou a ser levado para a Penitenciária de Segurança Média 1, mas foi liberado no domingo (15) após a audiência de custódia.
A decisão judicial que concedeu a liberdade ao advogado incluiu medidas cautelares que o proíbem de se aproximar do bar, além de manter contato com funcionários e frequentadores.
Em nota, o dono do bar informou que Wolmir frequentava o estabelecimento com a família e nunca havia causado problemas anteriormente. A Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional Espírito Santo (OAB-ES) declarou que está acompanhando o caso e tomará as providências cabíveis conforme as normas do Código de Ética e Disciplina da advocacia.
Confira a nota do bar na íntegra:
"Queridos amigos, lamentamos profundamente os gravíssimos fatos ocorridos no último fim de semana no nosso bar!
Desde a noite de quinta-feira (12/12), clientes músicos e funcionários foram vítimas de diversos tipos de violência cometidas por um vizinho que, até então, frequentava o bar acompanhado de seus familiares e mantinha uma relação amistosa.
As teses aventadas de que haveria uma suposta insatisfação do tal vizinho com o funcionamento do bar são falsas e foram lançadas na tentativa de ocultar a verdade: as agressões foram motivadas por preconceito e ódio contra tudo que representamos, conforme vasta prova já constante do processo judicial.
Reafirmamos nosso compromisso com a segurança e o bem-estar de todos que frequentam nosso bar.
*Com informações do repórter Rodrigo Schereder , da TV Vitória/Record.