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Polícia

Com aumento de casos, polícia cria núcleo para crime de sequestro com foco no Pix

No ano passado, em todo o ES, foram registrados 14 crimes como este. Agora em 2022, já foram registrados 23 casos até o final do mês de novembro

Isabella Arruda

Redação Folha Vitória
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Foto: Reprodução / TV Vitória
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A Polícia Civil do Espírito Santo divulgou, durante coletiva de imprensa realizada na manhã desta quarta-feira (14), a criação de um núcleo especializado em investigar crimes de extorsão com restrição de liberdade, famoso caso em que a pessoa é rendida por criminosos, muitas vezes dentro do próprio carro, e obrigada a fazer uma transferência de dinheiro, geralmente via Pix.

De acordo com o chefe do Departamento Especializado de Investigações Criminais (Deic), delegado Gabriel Monteiro, houve uma determinação do delegado-geral para que o núcleo fosse criado.

“Já foi criado, com policiais treinados e estamos agora trazendo as ocorrências que têm relação com esse tipo de crime, com ferramentas de inteligência, cerco inteligente e outras ferramentas para investigar e prender os criminosos que insistem em cometer esse crime, que é bastante grave”, disse.

Ainda nesta terça-feira (13), a reportagem do Folha Vitória divulgou que quatro mulheres foram vítimas de sequestro em menos de um mês no bairro Jardim da Penha, em Vitória. O volume de casos, em um único bairro, já é bastante alarmante. 

Foto: Reprodução / TV Vitória
Praça em Jardim da Penha, em Vitória

No ano passado, em todo o Estado, foram registrados 14 crimes como este. Em 2022, já foram registrados vinte e três casos até o final do mês de novembro.

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Durante estes sequestros relâmpagos, os criminosos exigem, geralmente, que sejam feitas transações bancárias para os criminosos, em especial por meio do Pix, método de pagamento instantâneo. Diante dos fatos, a Polícia Civil garante que está de olho na situação e que tem se empenhado em combater novos incidentes.

Para não confundir

Antes de tudo, é importante que não se confunda o crime que vem se tornando comum no Estado com outros crimes. Confira:

▪️ Na extorsão com restrição da liberdade, prevista no artigo 158, §3º do Código Penal, a vítima é mantida na posse dos criminosos e quem é extorquido a pagar é a própria vítima, fazendo transferência bancária ou pix.
▪️Na extorsão mediante sequestro, prevista no artigo 159 do Código Penal, a vítima é mantida na posse dos criminosos e quem é extorquido a pagar é uma outra pessoa, normalmente um familiar, para a vítima ser libertada.
▪️ Já no roubo com restrição de liberdade, previsto no artigo 157, § 2º, inciso V do Código Penal, a vítima é mantida na posse dos criminosos e não é extorquida a fazer um pagamento, é tomado o bem que está com ela mediante violência ou ameaça.

Explicação do delegado

Nas palavras de Gabriel Monteiro, a extorsão com restrição de liberdade da vítima, que é o caso do Pix, acontece quando o criminoso mantém a vítima em seu poder e a própria vítima deverá fazer alguma ação, como uma transferência.

Já no caso do roubo com restrição de liberdade da vítima, acontece de o criminoso manter a pessoa sob seu domínio e o criminoso então toma um objeto de valor da posse dela.

O terceiro caso é o da extorsão mediante sequestro. “É quando o criminoso mantém a vítima em seu poder e quem vai pagar um valor econômico para ele são familiares ou alguém próximo. Não temos informações de organizações criminosas que cometam esse tipo de crime. Ou seja, é um crime de oportunidade. Às vezes um comportamento da vítima vai fazer o criminoso agir naquele exato momento”, finalizou.

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