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Polícia

Polícia dos Estados Unidos descobriu plano de atentado de escola no Espírito Santo

Órgãos norte-americanos alertaram às autoridades brasileiras sobre possíveis ataques, a partir do monitoramento na internet. Adolescente de 13 anos de Cariacica está sendo investigado

Redação Folha Vitória
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Foto: Divulgação / ICE
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Autoridades dos Estados Unidos foram fundamentais para que a Polícia Civil do Espírito Santo chegasse até um adolescente de 13 anos de Cariacica, que, segundo as investigações, planejava um ataque a uma escola no Estado.

A Operação Escola Segura foi deflagrada nesta quinta-feira (02) e cumpriu mandados de busca e apreensão no Espírito Santo e também em Minas Gerais e Pará. Ela foi coordenada pela Secretaria de Operações Integradas do Ministério da Justiça e Segurança Pública, por meio do Laboratório de Operações Cibernéticas (Ciberlab).

A ação contou, ainda, com a participação do Serviço Secreto da Embaixada dos Estados Unidos em Brasília e da Homeland Security Investigations (HSI), que faz parte do Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos e é responsável por investigar crimes e ameaças terroristas em outros países.

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De acordo com o titular da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos no Espírito Santo, delegado Brenno Andrade, foram os órgãos norte-americanos que alertaram às autoridades brasileiras sobre possíveis ataques a escolas, a partir do monitoramento na internet.

"O Ministério da Justiça recebeu informações dos órgão de investigação dos Estados Unidos. São técnicas de investigação americanas e não passaremos os detalhes de como eles chegaram a isso. Mas, de uma forma geral, foi monitoramento da internet", afirmou.

Adolescente incitava ataques como os de Realengo e Suzano

Ainda segundo Andrade, o adolescente de Cariacica usava a internet para incitar outras pessoas a cometerem atentados como os de Realengo, no Rio de Janeiro, ocorrido em 2011, e de Suzano, em São Paulo, em 2019. O delegado informou que, desde outubro deste ano, o garoto procurava nas redes sociais por detalhes da vida dos responsáveis por esses ataques. 

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"Ele pesquisava por nomes daqueles que tinham cometido os atentados em Realengo e em Suzano, e procurava pessoas que tinham o mesmo interesse que ele. E, a partir daí, iniciava um diálogo", descreveu. 

Assim, segundo as investigações, o rapaz de Cariacica passou a arquitetar um atentado com um jovem de Minas Gerais, que seria feito em até dois anos.

Em conversa com o delegado, o adolescente disse que passou a planejar um ataque em um colégio quando suas notas caíram. O rapaz não falou qual seria a escola. "Ele era um bom estudante, tirava boas notas e, para os padrões dele, houve uma queda em seu rendimento", disse Brenno Andrade. 

O titular da Delegacia de Crimes Cibernéticos frisou ainda que, longe de qualquer estereótipo envolvendo jovens que cometem atentados, o adolescente tinha uma vida social normal. 

"Ele não sofria nenhum tipo de bullying no colégio. Os pais só achavam que ele passava tempo demais no celular", disse o delegado, que contou ainda que o rapaz não é tímido e nem introvertido. 

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"Mas tinha esses pensamentos suicidas e homicidas. Os pais nos agradeceram. Disseram que se não fosse o nosso trabalho, eles não saberiam o que se passava com esse adolescente", reforçou.

Garoto mandou mensagem dizendo que queria comprar arma

A Polícia Civil apreendeu na casa do rapaz celulares e também um simulacro de uma arma de fogo, feita de madeira com fita isolante. Em um dos telefones, foi encontrado um diálogo do garoto, dizendo que queria comprar um revólver. A mensagem enviada dizia: 

"Tô querendo um revólver .38, porém, com bala e tudo dá uns 7 mil a 9 mil, aí acho que vou ter que usar um .32, vou ver ainda".

O adolescente não foi apreendido. Ele será acompanhado pela Vara da Infância e da Juventude de Cariacica. 

"Inclusive, o juiz já determinou que ele tenha um acompanhamento psicológico. Os pais nos agradeceram porque não imaginavam o que ele tanto fazia na internet e já vão procurar um psicólogo para ele na próxima segunda-feira", disse o delegado, que alertou aos pais para que fiquem mais atentos às atividades dos filhos na internet.

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