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Polícia

Casal é suspeito de agiotagem em esquema milionário de extorsão no ES

Segundo a Polícia Civil, foram apreendidos contratos no valor de R$ 5 milhões, dois veículos, documentos, dinheiro, armas e celulares

Nicolas Nunes

Redação Folha Vitória
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Foto: Reprodução TV Vitória
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Laís Cesconeti (à esquerda) e Wamerton Ramos Dantas, conhecido como "Átila" (à direita), movimentavam aproximadamente R$ 15 milhões anualmente desde 2021

Um casal de São Mateus, no Norte do Espírito Santo, suspeito de agiotagem foi indiciado por extorquir e perseguir vítimas, além de movimentar aproximadamente R$ 15 milhões por ano desde 2021. Um deles foi preso no dia 1º, durante a Operação Aggio, e contratos no valor de R$ 5 milhões foram apreendidos.

Junto com os documentos, a polícia também apreendeu dois veículos, documentos, dinheiro em espécie, armas e celulares. 

A polícia rastreou mais de mil transações em criptoativos e 23 contas bancárias foram bloqueadas. 

De acordo com o titular da Delegacia Especializada de Investigações Criminais (Deic) de São Mateus, delegado José Eustáquio, Wamerton Ramos Dantas, conhecido como "Átila", e Laís Cesconeti utilizavam uma empresa de fachada para operar as extorsões, que movimentava 214 vezes mais do que a receita declarada.

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"A empresa de fachada chamou a atenção por movimentar 214 vezes mais do que declarava. As vítimas apresentavam propriedades, imóveis e veículos como garantia das dívidas decorrentes da agiotagem. Quando não havia o pagamento, eles praticavam ameaças graves, e perseguiam as vítimas na residência e nos locais que elas frequentavam", explicou o delegado.

Wamerton foi detido em um carro blindado avaliado em R$ 200 mil, portando uma arma de fogo da qual não tinha posse. Ele foi indiciado pelos crimes de lavagem de capitais com causa de aumento, usura e extorsão. 

Laís foi indiciada por lavagem de capitais com causa de aumento, usura e pela utilização de criptoativos.

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O delegado afirma que enquanto estava na delegacia, Wamerton mandou uma foto para uma das vítimas, dizendo que um boletim de ocorrência nunca ia pará-lo.

"O suspeito foi ouvido na delegacia e, na oportunidade em que foi interrogado, mandou uma foto com visualização única para uma das vítimas, dizendo que um BO nunca ia pará-lo", contou.

Ainda de acordo com o delegado, o homem estava à frente do esquema e a mulher tinha participação e se beneficiava de todo o dinheiro.

"Ele que efetivamente estava à frente do negócio. Ela tinha uma participação, tinha consciência e se beneficiava de todo o dinheiro. A polícia entendeu que não era o caso de pedir a prisão dela porque ela não oferece risco nesse momento", afirmou.

Veja o material apreendido durante a operação:

divulgação SESP
divulgação SESP
divulgação SESP
divulgação SESP
divulgação SESP
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Idosa procurou polícia após sofrer ameaças dos agiotas

O delegado contou também que as investigações começaram em julho de 2024, após uma idosa procurar a polícia. Ela afirmou que estava extremamente abalada psicologicamente, falando que os agiotas a estavam perseguindo em sua casa e nos locais que ela frequentava.

"O modus operandi dos indiciados era emprestar o dinheiro, confeccionando contratos simulados de compra e venda, que seriam garantias deste empréstimo. Eles colocavam bens móveis e imóveis como garantia dos falsos contratos", explicou.

Duas vítimas foram identificadas até o momento. Durante as investigações, a polícia identificou a empresa de fachada que movimentava valores incompatíveis com o faturamento, e que não tinha sede física.

Veja o momento em que o casal é interceptado pela polícia: 

Os policiais identificaram que a empresa estava localizada em um prédio residencial, onde foram cumpridos mandados de busca e apreensão. A polícia apreendeu anabolizantes no local, que eram de uso pessoal dos suspeitos.

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O delegado afirma ainda que os empréstimos eram realizados dentro do escritório de uma construtora, utilizada pelos suspeitos para lavagem de dinheiro.

"Eles operavam no prédio residencial, e na construtora, que executava alguns negócios imobiliários, mas era utilizada paralelamente para lavagem de dinheiro. Essa construtora não tinha funcionários, e durante as buscas, apreendemos munições no local", disse.

O Folha Vitória não conseguiu localizar as defesas de Wamerton e Laís. O espaço está aberto para as devidas manifestações.

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